quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Urna Segura? Até que ponto?



Recentemente, todos nós, ricos ou pobres, brancos ou negros, com idade acima de 18 anos, fomos exercer nosso dever e direito civico. Votar! Não quero falar do politico somente, mas falar do sistema eleitoral em nosso país. Considerado o mais moderno do mundo e nos vendem que é inimaginavel qualquer tipo de fraude. Sera? Recentemente, a ONG americana Black Box Voting publicou o relatório do especialista Harri Hursti sobre os Testes de Penetração que realizou nas urnas eletrônicas fabricadas pela empresa Diebold o qual reforça a análise do Fórum do Voto Seguro. Em 2006, o Eng. Amilcar Brunazo Filho, Diretor Técnico da TD Tecnologia Digital Ltda, já alertava sobre possiveis falhas neste atual sistema eleitoral."A conclusão básica destes relatórios é que existem falhas de segurança nos projetos e construção das máquinas de votar americana-canadenses da Diebold que permitem que o programa de votação possa ser adulterado para modificar o resultado da apuração dos votos." afirma Brunazo.O jornal baiano A TARDE publicou em 4 de junho de 2006, uma matéria sobre o acontecido nas eleições de 2002 na cidade de Salvador: o desaparecimento de 8.000 (oito mil) cartões de programação de urnas eletrônicas, que colocaram em risco a segurança do pleito na Bahia. Este montante corresponde a 24% do eleitorado daquele estado e o fato foi totalmente omitido na ocasião.Nada impede que o mesmo tenha acontecido em outras cidades. Nada impede que venha a se repetir nas eleições de 2008. Isso é só uma amostra que a balança da cidadania esta quebrada há muito tempo. Nossos direitos estão sendo tolhidos, cerceados e a cada dia nos tornamos vítimas de uma classe mesquinha e improdutiva: a dos políticos! Na década de 80, mais precisamente em 1985, foi dado o direito do voto ao analfabeto – um tema que causou e ainda causa muita discussão. Os contrários ao voto dos analfabetos sustentam que a pessoa que não sabe ler e escrever não está apta a escolher seus dirigentes, constituindo-se em frágil massa a ser manobrada pelos mais letrados. Afirmam que falta ao analfabeto o controle de seu voto, podendo ser conduzido a eleger quem não gostaria de ter no poder, estando sujeitos ao famoso voto de cabresto, mas talvez de uma forma mais disfarçada.Estamos atolados em políticas assistencialistas justamente pela usurpação de políticos de índoles duvidosas, de atitudes suspeitas e vontade de permanecer eternamente no poder. Mesmo sendo facultativo, o voto do analfabeto tem grande peso na decisão de quem governa o país ou os estados. Somos vítimas de oportunistas da nossa sensação de liberdade e pagamos o preço da escolha de pessoas despreparadas.
Há alguns anos também é facultativo o voto do menor de 16 anos. Como escolhem os "fazedores" das leis e não são punidos pelas mesmas? Lideram atrocidades, estupram, saqueiam, matam e, vejam só, são chamados de transgressores. Sociedades evoluídas aderiram ao voto facultativo numa clara demonstração de evolução e liberdade de escolha e continuam a se utilizarem do voto tradicional, no papel. Precisamos melhorar a vida dessas pessoas para então oferecer a elas uma participação efetiva no pleito eleitoral e assim deixarmos de nos enganar com essa postura positivista que adotamos dos franceses. Como já sabemos, a educação liberta e com ela dificilmente seríamos enganados com uma carteira, pochete ou bolsa família.