quarta-feira, 14 de maio de 2008

MAIS 120 ANOS


Muito se fala das atrocidades cometidas pelos alemães, do lançamento de duas bombas nucleares no Japão pelos americanos. Mas, como avestruzes, escondem a cabeça na terra envergonhados das ações que causaram esse Apartheid não só racial, mas também social.

Libertados! Essa era as manchetes dos jornais que circularam há 120 anos, no dia 13 de maio de 1888, os negros do Brasil conquistavam a tão sonhada abolição. No entanto, essa "liberdade" não veio acompanhada da assistência necessária para que os, até então, escravos, pudessem exercer de forma plena a liberdade que se apresentava.

Os resultados dessa libertação não planejada tem reflexos nos dias atuais e é visivel essa política de castas escamuteada. Os direitos a educação, saúde e até mesmo a possibilidade de uma ascensão social, foram tolhidos. E hoje, centenas de favelas pipocam em toda grande cidade justamente por terem sidos "roubados" de uma vida melhor.

Apesar das condições as quais os negros foram expostos, eles nunca pararam de lutar pelo direito de ter direito. Em novembro é comemorado o Dia da Consciência Negra, celebrado dia 20, data em que foi assassinado, em 1695, o líder Zumbi, do Quilombo dos Palmares, marca a nova realidade imprimida na luta dos negros no Brasil, a qual está ligada às reivindicações de entidades em defesa dos mesmos.

Hoje, 120 anos depois, a história da abolição ainda homenageia a Princesa Izabel e os abolicionistas, que na verdade, aderiram às pressões de outros países que tinha interesse em exportar seus produtos para terras brasileiras. As pessoas são ensinadas a admirar aquelas figuras, que na verdade, agiram a partir de uma necessidade. A abolição foi sim uma conquista dos negros, da senzala rebelada e o alto custo em manter o escravo.

A realização de debates sobre essa e outras questões como a implementação de políticas públicas para os negros já é uma realidade no país. A inclusão do estudo da história africana nas escolas, o sistema de cotas nas Universidades - algo que é discutível - mas que garante acesso ao ensino superior, respeito, reconhecimento e resgate da cultura africana, enquanto parte integrante da identidade brasileira, são algumas delas.

Mas essas questões não são as únicas conquistas almejadas pelos movimentos negros. Valorização da história dos afro-descendentes, melhoria da qualidade de vida dos quilombolas, que precisam de políticas específicas e principalmente o respeito as características dos negros. Essas são algumas das coisas pelas quais lutam e que esperam conseguir, sem que, para tanto, precisem esperar mais 120 anos.


domingo, 11 de maio de 2008

ANALFABETOS LETRADOS




Mais uma vez eu fiquei atônito ao ler um artigo de uma revista. Várias personalidades demonstrando suas comoções com a renuncia de Fidel Castro do seu posto de mais antigo ditador do século.
Vários deles mostraram-se preocupados com a manutenção das "conquistas sociais" na ilha-presídio após as possíveis mudanças no regime. Essa postura denota um forte ranço socialista. Ainda que muitos desses "pensadores" sintam vergonha de assumir abertamente a admiração que sentem pelo Fidel, fica claro que ainda nutrem fortes sentimentos pela utopia que desgraçou o século XX.
Não passam de vermelhos desbotados. Tentam apelar para um relativismo, como se nem tudo fosse ruim em Cuba. Enganam-se! Aquele feudo da família Castro é uma grande penitenciaria! Mas todos aceitam, sem questionar, a "verdade" que se repete como papagaios, das tais "conquistas sociais". Ninguém ousa fazer uma simples pergunta: Quais conquistas?
A repetição de que a saúde cubana é excelente não passa de um mito. Os seguidores de Goebbels (ministro da Propaganda de Adolf Hitler) ficam na esperança de que a repetição dessa mentira a transforme numa verdade. Que saúde maravilhosa é esta se faltam os remédios mais básicos? Quais foram as grandes contribuições de Cuba à medicina mundial?
A saúde em Cuba é precária, os hospitais são decadentes e o país não deixou nenhuma grande contribuição para a medicina mundial, à exceção de poucos avanços no tratamento do vitiligo. Quanto aos indicadores de IDH, não custa lembrar que os dados cubanos são monopólio da ditadura, já que observadores imparciais de fora não têm acesso livre ao país. Quem confia em números oferecidos por um ditador?
O outro campo predileto dos esquerdistas é a educação. Qual educação? A taxa de analfabetismo é baixa, mas o que os cubanos lêem? Fidel nunca permitiu a leitura livre de livros e artigos. O único jornal disponível na ilha retrata da ditadura. Se alguém for pego com um livro de George Orwell, cujo 1984 retrata perfeitamente o que se passa no país, vai preso.
O que importa para o cubano que não tem comida decente nem remédios, tampouco pode sair livremente do país, o fato do país ter um bom time de beisebol? Sera que se fosse a maravilha que os intelectuais "pintam", os atletas cubanos que vieram competir no Brasil teriam fugido? Defender Cuba não é mais uma questão de falta de informação, é mesmo falta de caráter! Sem esquecer aqueles que idolatram Che Guevara.
O argentino lutou na revolução cubana derrotando o ditador Fugencio Batista. Mas se tornou um assassino frio e implacavél. Perseguido por suas atrocidades, foi morto por soldados Bolivianos que o encontrou sozinho e amedrontado.
Se Cuba deixar de ser uma ditadura socialista para migrar rumo ao capitalismo de mercado, só há uma possibilidade para os setores de saúde e educação: melhorar drasticamente!
Como um dia escreveu Mário Quintana - "Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem."

terça-feira, 6 de maio de 2008

SOMOS UMA NAÇÃO?



A selva esta em guerra! Dois acontecimentos estão, mais uma vez, mostrando que nossas leis – ou criação das mesmas – são ineficazes e nos envergonham. Reserva Raposa do Sol e a absolvição do fazendeiro Vitalmiro Moura, que mandou matar a freira Dorothy Stang.
Um conflito de interesses que nos leva a perguntar se é viável apenas 19 mil índios em um território que chega a ser onze vezes maior que a cidade de São Paulo. Só para ter uma ligeira noção do que representa isso, na capital paulista vivem atualmente mais de doze milhões de pessoas. Se dividirmos a reserva, daria oitenta quarteirões para cada índio. Índio que esta muito bem adaptado ao sistema do branco. Freqüentam regularmente escolas públicas (muitos já esqueceram ou nunca aprenderam sua língua nativa), fazem suas compras em nossos supermercados e adotaram nossa cultura como sendo a sua própria.
A idéia clássica dos antropólogos é do selvagem em seu estado puro, sem a interferência do branco e usando todo esse território para caçar e pescar. Isso deve ser revisto! Existem ONG’s – inclusive estrangeiras – que lucram com essa idéia benevolente e de caráter religioso.
Querem a todo custo a criação da nação indígena, mas e a nação brasileira? Alias, o Brasil não é ainda uma nação. É simplesmente um território, sem o sentimento de nacionalidade, de brasilidade, de ver no próximo suas características e o bom senso de respeito mutuo.
Na Reserva Raposa do Sol estamos vendo nitidamente o que quero dizer. O crescimento da barbárie.
Não posso deixar de falar sobre a absolvição do madeireiro que estava envolvido no assassinato da freira Dorothy. Ele foi condenado antes, a 30 anos de prisão, por causa da pressão internacional.
Agora que tudo passou, que a impressa colocou no fundo da gaveta dos assuntos lucrativos, surgiu à verdadeira (in) justiça brasileira.
Esta tudo esclarecido! Explico. Os pistoleiros gostavam tanto do patrão que assassinaram a "perigosa" freira Dorothy por conta própria, sem ninguem mandar e assumindo todos os riscos.
Dorothy foi mais uma vitima tombada pela industria madeireira. Quinze anos já se passaram desde a morte de Chico Mendes e a floresta esta sendo consumida numa velocidade impressionante pelas serras elétricas e pelo fogo ateado por fazendeiros. O criquilar dos “grilos” naquelas terras ainda soa em alto e bom som.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

"Hatikva" ("A esperança")



60! Esse é o número de anos que completa a formação do Estado Judeu. Hoje grande parte de Israel parou, como todos os anos, por dois minutos ao som de uma sirene. Em todo país ouvia-se o triste zunir que homenageava e ao mesmo tempo remetia todos judeus a refletir sobre os seis milhões de vítimas do holocausto.
Ao escutar o sinal, com raras exceções, interromperam suas atividades no lugar em que estavam. Motoristas desceram dos veículos, pedestres pararam suas caminhadas, emissoras de rádio e tv pararam suas transmissões.
Isso sim é respeito. Respeito pela história de seu povo, por não deixar cair no esquecimento o massacre e tentar entender as questões que continuam sem respostas. Quem ordenou a Solução Final? Quando foi tomada a decisão do destino desse povo? Houve um plano que serviu de base para o ataque. Como foi executado tal plano?
O holocausto foi uma das maiores e piores atrocidades cometidas pelos seres humanos – sem esquecer das bombas lançadas no Japão pelos Estados Unidos. Foram perseguições seguidas de sofrimento e mortes.
Pessoas eram retiradas de seus lares obrigadas a abandonar toda a sua vida, toda a sua história e todo o seu passado. Sem esquecer de mencionar a omissão da igreja católica, que hoje pede desculpas por não fazer absolutamente nada.
Trens de carga vindos de toda a Europa ocupada pelos nazistas carregando judeus para currais humanos aonde eram fuzilados, obrigados a trabalhar até morrer ou asfixiados até a morte em câmaras de gás. Tinham seus cadáveres incinerados ou transformados em sabão. Quando enterrados, era em covas coletivas com seus compatriotas.
A megalomania de Adolf Hitler fez do holocausto a guerra mais destruidora da história. Pregava um darwinismo tortuoso aonde as "raças" mais evoluídas eram os arianos, alemães e outros povos nórdicos destinados a destruir as "raças inferiores" – gays, negros e principalmente judeus, aos quais Hitler atribuía a maioria dos males da humanidade.
O Museu do Holocausto, visita obrigatória para as personalidades políticas de Governos estrangeiros, conserva os nomes de três milhões das vítimas do Holocausto, mortas nos guetos e nas câmaras de gás dos campos de extermínio, assim como as penúrias e doenças que eles sofreram nos campos de concentração e trabalho.
Em março, Israel recebeu a visita da chanceler alemã Ângela Merkel, que encerrou sua viagem oficial com um discurso no Parlamento, onde manifestou que o Holocausto "enche de vergonha o povo alemão".
Muitos dizem que os judeus fazem questão de sofrer ao lembrar do massacre e por não deixar que o mundo esqueça o genocídio. O que essas pessoas não entendem é que se o nosso país tivesse metade da seriedade e respeito com a própria historia, hoje, com seus 508 anos, seríamos um país de primeiríssimo mundo. Israel com apenas 60 anos de existência, é um dos países mais respeitados. Mas lembre-se, toda mudança começa de dentro para fora.