sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Novo Blog

Fala Galera! Agradeço antes de mais nada os acessos que tive nesse blog. Mas, amadureci e percebi que pode ser levado mais a sério o que começou como um desabafo. Então, estou mudando o nome desse blog... acesse www.alexandregomesnaweb.blogspot.com

abraço a todos

sábado, 22 de novembro de 2008

QUANTO VALE A ARROBA?

O ministro da Justiça Tarso Genro tem a sindrome do marido traído. Não por ser o último a saber, e sim, por queimar o sofá ao flagrar a esposa com o amante no mesmo. Falo isso por saber dos rumos que tomaram as investigações da Operação Satiagraha. Inclusive com a punição do delegado federal Protógenes de Queiroz - é aqui que cabe a frase inicial. A cada dia que passa nos surpreendemos com o comportamento de cada brasileiro e dos criminosos brasileiros. Parecem personagens de um interminável seriado mexicano. Mudam os montantes dos assaltos, mudam os ambientes e os truques, mas a história é a mesma: lucros fabulosos com operações altamente sofisticadas, sempre ilegais.
Chamá-los de incorrigíveis é reduzir esta persistência a uma compulsão pela imoralidade. Seria uma forma de minimizar o fenômeno e retirar dele o aspecto sistêmico, institucional e impunitivo.
Os trambiques de Naji Nahas já têm quase duas décadas, Daniel Dantas protagoniza o noticiário dos escândalos há três lustros e o novato Celso Pitta enrosca-se em negócios escusos há quase oito. E nosso ministro preocupa-se com o trabalho - sério e profissional - do delegado que tenta apenas cumprir suas funções.

A culpa pela impunidade não é da imprensa, mesmo se quisesse não poderia acompanhar todos os escândalos simultaneamente. O que é divulgado é apenas uma pequena parcela do que eles - os parlamentares e empreiteiros - roubam dos cofres públicos. É divulgado na mídia porque alguém delata. Mas não se iluda achando que o delator é um cidadão de bem, com boas intenções para melhorar nosso país e defender seus direitos. Não! O delator entrega porque não participou da partilha do roubo, do golpe contra o dinheiro público e então se torna um delator insatisfeito, magoado e vingativo.

As sucessivas reprises e repetecos têm causas bem definidas: a lentidão da Justiça, que leva uma eternidade para dizer quem é inocente e quem é culpado, e a fascinação de grupos próximos ao poder pelos "gênios" políticos e financeiros que se infiltram nos gabinetes com idéias mirabolantes.
É preciso não esquecer que o mensalão, onde começou o novo capítulo da biografia de Daniel Dantas, foi criado por outro gênio, o lobista Marcos Valério, por sua vez estimulado pelos gênios que pretendiam criar num passe de mágica uma maioria no Congresso. Escândalo que foi parar em algum freezer petista no fundo de uma garagem parlamentar.
O escândalo da Varig resultou da preguiça das autoridades em encontrar uma solução rigorosa e honesta para salvar a companhia aérea. No maior acidente aéreo do país, o voo da TAM que caiu em São Paulo, procura-se uma forma de enquadrar os incompetentes ao codigo penal. Simples! 199 homicídio doloso. Ponto!

Zuleido Veras, o dono da Gautama, inventou um nome místico para uma fabulosa engenharia sem obras com o apoio dos "Partícipes Trambiqueiros".
Atrás de cada escândalo há um fraudador brilhante, criativo e um séquito de advogados, executivos e políticos fascinados pela facilidade em embolsar indevidamente grandes quantias.
A imprensa só tem uma culpa: a de não conseguir trazer aos olhos de todos, todas as falcatruas, conchavos, acertos ilicitos que nossos parlamentares, na calada da noite, nos becos úmidos aos cochichos se organizam. Como um dia cantou Zé Ramalho:


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"Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal..."
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Somos negociados como gado e assim, calados, conformados, vamos morrendo aos montes.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

ANOS DE CHUMBO

Quem tem menos de 30 anos não viveu os piores anos da nossa história. Saberão apenas pelos livros ou nas rodas de familiares o que foi a Ditadura militar no Brasil. Os anos de chumbo, assim foi chamado pela impresa, o periodo de maior censura as informações e de menor liberdade política na história desse país.
Dezoito milhões de eleitores brasileiros sofreram das restrições impostas por aqueles que assumiram o poder, ignorando e cancelando a validade da Constituição Brasileira, criando através de Atos Instituionais, 17 ao todo, um Estado de exceção, suspendendo a democracia.
Os anos de chumbo foram o período mais repressivo da ditadura militar no Brasil, estendendo-se basicamente do fim de 1968 quando o Presidente da República General Costa e Silva promulgava o Ato Institucional número 5, o maior instrumento de arbítrio até então utilizado na história da República, cujo resultado prático foi a suspensão de liberdades individuais, intervenção no judiciário, cassação de mandatos e o fechamento do Congresso por tempo indeterminado.
Foram, provavelmente, os anos de maior progresso econômico da história recente do país, apesar do avanço da inflação que ocasionava o aumento da pobreza e da grande desigualdade social, além do elevado grau de repressão política.
Foi no meio desse cenário que surgiu em 26 de abril de 1965 uma emissora, que se tornaria a maior rede de televisão no Brasil e a quarta do mundo. Os Diários Associados, que faziam campanha contra a presença de capital estrangeiro na mídia brasileira, denunciaram a existência de um acordo entre Roberto Marinho e o grupo Time-Life, que detinha alguns dos maiores veículos de comunicação do mundo.Após diferenças entre Marinho e o governador Carlos Lacerda, este mandou prender norte-americanos e cubanos que trabalhavam na TV Globo como representantes do Time-Life.
A Globo foi criada um ano depois do golpe militar que mergulharia o País nas trevas por 20 anos. A família Marinho sempre ficou do lado do governo - independentemente de quem fosse o partido - era sempre situação.
Um dos instrumentos que utilizou para apoiar a ditadura foi o jornalismo. Enquanto milhares eram torturados e morriam nos porões da Ditadura, os jornais televisivos da Globo mostravam um País tranqüilo e ordeiro.
As novelas mostravam um povo alegre, feliz, preocupado apenas com desilusões amorosas e dramas familiares. Os programas de auditório – um dos assuntos que abordaremos mais adiante - e as transmissões de futebol também ajudavam a criar esse clima.
Preparada para ficar ao lado do poder, a empresa mudou suas táticas à medida que mudavam as condições políticas do País. Vendo o fim da ditadura militar, devido o crescimento do neoliberalismo, adotou a candidatura da oposição burguesa nas eleições indiretas disputadas no Colégio Eleitoral. Sabia que esta seria uma saída segura frente ao crescimento do movimento popular, cujas maiores expressões eram o Partido dos Trabalhadores (PT) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) que se formavam no ABC paulista.
Um das grandes ferramentas da ditadura, foi os programas de documentários do Amaral Netto e o de auditório de Flávio Cavalcanti. Esse, com seus gestos agressivos e expressões faciais, quebrando discos das músicas que não agradava ou aplaudindo empolgadíssimo os artistas preferidos, foi conquistando os telespectadores e se tornando uma figura influente na aprovação e aceitação da ditadura.
Flávio Cavalcante era a favor dos armísticos no poder para a manutenção da moral e dos bons costumes. O apresentador mais importante da extinta Manchete, mostrava imensas obras de engenharia, um país realmente em crescimento exponencial, era a época do Brasil Grande, Milagre Brasileiro ou o Milagre Econômico. Grandes obras, como a ponte Rio-Niterói e um dos exemplos de obras faraônicas.
Amaral Netto era um concorrente direto na audiência com Cavalcante. As organizações Globo investiam em Netto oferecendo horário nobre para exaltar as façanhas militares em tom de samba-canção. Façanhas como a hidrelétrica de Itaipu ou a rodovia Transamazônica. Amaral culpava os “comunas” sobre a paralização das obras no empreendimento na Amazônia.
Os militares pressionavam sempre a emissora quando havia mudança na grade dos programas e principalmente no horário de Amaral Netto. O apresentador tinha conexão direta com o presidente e com os ministros militares e eles falavam diretamente com o Roberto Marinho que voltava o programa para o horário de melhor audiência.
Em 1980, Lula é preso por João Figueiredo – seria o último presidente militar - e a partir desse momento, os empregados que ainda eram contra Luís Inácio, passam a apoiar o movimento das Diretas Já.
Começam pressões em toda parte do país para eleger diretamente o presidente e parlamentares que só viriam uma década depois.
Não podemos deixar de mencionar a manobra nas eleições de 1989. Finalmente acontecia as primeiras eleições – ainda que indireta - para presidente e assim foi eleito Tancredo Neves que não assume a presidência e morre alguns dias antes da posse. Somente nas próximas eleições que seria realizado a primeira eleição direta entre Fernando Collor, que surgiu como alternativa para burguesia e Luís Inácio da Silva, representando a classe pobre. A Globo, mais uma vez, vendeu a imagem de Collor como um campeão do combate à corrupção. O caçador de marajás como ficou conhecido e era o slogan de sua campanha. Mesmo assim, Lula, candidato do PT e apoiado pela CUT, foi para o 2º turno das eleições. Nesse momento, a Globo entrou com tudo. Fez uma enorme campanha de terrorismo e calúnias contra o candidato popular e manobrou as edições dos debates entre os candidatos favorecendo e elegendo Collor. A partir de então, é dado início as grandes transformações na sociedade e a aceitação do neoliberalismo no País. Momento de glória para a Globo e para dezenas de políticos gatunarem os cofres públicos. Insatisfeito com o pedaço da fatia, Roberto Marinho começa o projeto de tirar o presidente Collor do poder. Com denúncias de corrupção sendo transmitida nos principais telejornais da emissora, influenciando a opinião pública, manipulou a sociedade e exibia as manifestações contra Fernando Collor. Ele caiu, mas o neoliberalismo e a Rede Globo ficaram.

30 ANOS SEM VLADO

Exitem coisas que só valem uma vez. A segunda, geralmente é decepcionante. Filmes por exemplo. As continuações são frustrantes. É justamente isso o que aconteceu na Praça da Sé, na Catedral de São Paulo, no dia 23 de outubro, um domingo cinzento e chuvoso, no ato de homenagem aos 30 anos do assassinato de Vladimir Herzog por agentes da ditadura de 64 e pela paz. Para quem já leu a história de Herzog, conhece o cenário naquela sexta-feira, 31 de outubro 1978. São Paulo estava inquieta e cheia de disse-me-disse e ameaças. Falava-se do ato público na Catedral meio que no boca-a-boca, sobre uma possível invasão policial da praça para impedir e prender todos que estivessem no local. Mesmo assim, com a cidade sitiada, muita gente foi a Praça - 8 mil pessoas, segundo vários livros. Existe uma frase popular - e verdadeira - muito conhecida, "a história quando se repete é como farsa". Essa foi a sensação de muitos que participaram do primeiro movimento e que compareceram na Praça trinta anos depois. Políticos de tudo quanto é legenda - PT, PMDB, RDB, CDB - e por ai vai. Aproveitadores usando um ato histórico de grande importância para nossa sociedade para bancar de bom moço com intenções no pleito municipal. Mas a entrega do prêmio foi bem diferente. Noite de primavera paulistana. Céu limpo, temperatura amena e um leve sopro de vento. Esse é o cenário que testemunha mais uma entrega do prêmio Vladimir Herzog no teatro da PUC – TUCA. Cheguei em cima da hora para pegar os jornalistas de nome e renome para uma entrevista. Não seria a primeira, mas sim uma das mais importantes entrevista até o momento na minha carreira estudantil.

Na entrada do TUCA encontrei o jornalista Ricardo Kotsho. Paulista de 60 anos, quarenta deles dedicado ao jornalismo. Dono de um estilo inconfundível e mestre na arte maior da sua profissão — a reportagem. Em suas andanças como jornalista, Kotscho viajou o país todo, sempre ajudando a contar a história recente do Brasil. No nordeste cobriu o desastre aéreo que matou o ex-presidente Castello Branco, em 1967. Na capital paulista, cobriu o traumático incêndio do edifício Andraus, em 1972. Já no planalto, investigou as mordomias de que gozavam superfuncionários, na série de matérias que o projetou como jornalista, em 1976, e lhe rendeu o primeiro prêmio Esso – Kotsho possui três desses. Sua participação ativa na campanha das Diretas, em 1984 também não poderia deixar de ser lembrada. Sempre atuante, Ricardo Kotscho foi um dos indicados ao prêmio Vladimir Herzog. Numa conversa descontraída, falou que não esperava receber a indicação muito menos o prêmio. “É legal porque não é um prêmio que você se inscreve” declara o jornalista. “Parece que ganhou na loteria sem ter comprado o bilhete, sem ter jogado, entende?” conclui Koscho. O jornalista ainda completa dizendo que fica contente em saber que a votação do prêmio é feita pelos colegas de profissão e é isso que faz toda a diferença em receber algo assim. Com uma votação criteriosa onde mais de quinhentos jornalistas votam para decidir quem leva o cobiçado troféu, não pelo valor material, mas sim pelo valor simbólico que o emprega. Esse foi o 30° prêmio Vladimir Herzog. E de todos que Ricardo Koscho já presenciou, declara que não se lembrar das matérias, mas não esquece que foram em 1981 e 1983, edições onde o jornalista foi premiado. Exerceu a profissão no período mais negro da nossa história brasileira. Afirma que nunca foi ameaçado de morte por causa das suas idéias e matérias. “Não, nunca sofri ameaças. Eu sempre fui muito cagão, medroso e isso foi bom, porque me manteve longe dos conflitos diretos (risos)” declara o jornalista. Mesmo não recebendo ameaças, Koscho foi orientado a morar fora por um tempo. Foi para Alemanha depois de denunciar a morte de um operário. “Depois de escrever uma matéria denunciando a morte do líder operário Manuel Fiel Filho, alias, a morte dele era semelhante a do Herzog. Então, sai do Brasil por um tempo e continuei ajudando a denunciar os crimes aqui no país.” Afirma Ricardo. O movimento de pessoas entrando no TUCA era grande e lá dentro já iniciava a cerimônia ao som do Hino Nacional em ritmo de samba. Foram feitas homenagens aos jornalistas já falecidos, casos de Perseu Abramo e Lourenço Diaféria – este morto em setembro deste ano - antecedendo a entrega dos troféus aos premiados em nove categorias. Além do 30º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, o Sindicato também promoveu o 4º Prêmio Vladimir Herzog de Novos Talentos, voltado para estudantes de Jornalismo de São Paulo. Houve homenagem à família Teles pela vitória na ação que obriga o Estado a responsabilizar o comandante do DOI CODI de São Paulo entre 1970 e 1974, coronel reformado do Exército, Carlos Alberto Brilhante Ustra, pela série de torturas a que membros da família foram submetidos. Um momento marcante é a critica do Ministro Vanucchi sobre a posição da Advocacia Geral da União e colocou publicamente a sua posição a respeito da responsabilização dos crimes de tortura durante a ditadura militar. “Nosso Governo, por determinação do próprio presidente Lula, tem desenvolvido uma série de ações voltadas para o direito à memória e à verdade. E a manifestação jurídica da Advocacia Geral da União, sem desqualificar ou condenar sua atribuição que é defender a União, evidentemente produziu uma peça que tem uma manifestação de posições que são inaceitáveis para os direitos humanos, que colidem com a posição minha, com a posição do Ministério da Justiça, de vários outros ministérios.”, argumentou.“Vou levar ao presidente a idéia de que isso tem de ser superado, com a unificação de uma posição clara.” afirmou. “Quando a AGU tiver de fazer uma manifestação como essa, não pode adiantar pontos de vista, como dizer que a tortura é crime prescritivo, porque o Governo não tem posição sobre isso.”, concluiu o ministro. Outro momento de comoção foi a chegada de Clarice Herzog no teatro. Aplaudida desde a entrada até o momento que se sentou para assistir, mais uma vez, a homenagem a seu companheiro do passado. Atenta a tudo sempre calada, ficou difícil de decifrar o que se passava no pensamento daquela mulher depois de 30 anos de um crime covarde.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Urna Segura? Até que ponto?



Recentemente, todos nós, ricos ou pobres, brancos ou negros, com idade acima de 18 anos, fomos exercer nosso dever e direito civico. Votar! Não quero falar do politico somente, mas falar do sistema eleitoral em nosso país. Considerado o mais moderno do mundo e nos vendem que é inimaginavel qualquer tipo de fraude. Sera? Recentemente, a ONG americana Black Box Voting publicou o relatório do especialista Harri Hursti sobre os Testes de Penetração que realizou nas urnas eletrônicas fabricadas pela empresa Diebold o qual reforça a análise do Fórum do Voto Seguro. Em 2006, o Eng. Amilcar Brunazo Filho, Diretor Técnico da TD Tecnologia Digital Ltda, já alertava sobre possiveis falhas neste atual sistema eleitoral."A conclusão básica destes relatórios é que existem falhas de segurança nos projetos e construção das máquinas de votar americana-canadenses da Diebold que permitem que o programa de votação possa ser adulterado para modificar o resultado da apuração dos votos." afirma Brunazo.O jornal baiano A TARDE publicou em 4 de junho de 2006, uma matéria sobre o acontecido nas eleições de 2002 na cidade de Salvador: o desaparecimento de 8.000 (oito mil) cartões de programação de urnas eletrônicas, que colocaram em risco a segurança do pleito na Bahia. Este montante corresponde a 24% do eleitorado daquele estado e o fato foi totalmente omitido na ocasião.Nada impede que o mesmo tenha acontecido em outras cidades. Nada impede que venha a se repetir nas eleições de 2008. Isso é só uma amostra que a balança da cidadania esta quebrada há muito tempo. Nossos direitos estão sendo tolhidos, cerceados e a cada dia nos tornamos vítimas de uma classe mesquinha e improdutiva: a dos políticos! Na década de 80, mais precisamente em 1985, foi dado o direito do voto ao analfabeto – um tema que causou e ainda causa muita discussão. Os contrários ao voto dos analfabetos sustentam que a pessoa que não sabe ler e escrever não está apta a escolher seus dirigentes, constituindo-se em frágil massa a ser manobrada pelos mais letrados. Afirmam que falta ao analfabeto o controle de seu voto, podendo ser conduzido a eleger quem não gostaria de ter no poder, estando sujeitos ao famoso voto de cabresto, mas talvez de uma forma mais disfarçada.Estamos atolados em políticas assistencialistas justamente pela usurpação de políticos de índoles duvidosas, de atitudes suspeitas e vontade de permanecer eternamente no poder. Mesmo sendo facultativo, o voto do analfabeto tem grande peso na decisão de quem governa o país ou os estados. Somos vítimas de oportunistas da nossa sensação de liberdade e pagamos o preço da escolha de pessoas despreparadas.
Há alguns anos também é facultativo o voto do menor de 16 anos. Como escolhem os "fazedores" das leis e não são punidos pelas mesmas? Lideram atrocidades, estupram, saqueiam, matam e, vejam só, são chamados de transgressores. Sociedades evoluídas aderiram ao voto facultativo numa clara demonstração de evolução e liberdade de escolha e continuam a se utilizarem do voto tradicional, no papel. Precisamos melhorar a vida dessas pessoas para então oferecer a elas uma participação efetiva no pleito eleitoral e assim deixarmos de nos enganar com essa postura positivista que adotamos dos franceses. Como já sabemos, a educação liberta e com ela dificilmente seríamos enganados com uma carteira, pochete ou bolsa família.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

São crianças como você


Criei esse blog para poder falar das vergonhas que assolam nosso país. Falar dos crimes cometidos por pessoas que nos representam nas assembléias, câmaras e no palácio do planalto. Mas em datas comemorativas eu abro uma exceção.

O Dia dos Pais está chegando e festejar a existência da figura paterna nunca saiu de moda. Mas a fixação de uma data para homenagear o pai começou há um século, aproximadamente. A idéia partiu de uma senhora chamada Louise Smart Dodd, que tinha o desejo de ter um dia especial para homenagear o pai, Willian Smart.

Willian tinha vários motivos para ser homenageado. Veterano da Guerra Civil Americana, perdeu a esposa e teve que criar sozinho seis filhos pequenos numa fazenda com o suor do seu trabalho.

Nesses cem anos, nossa sociedade passou por grandes transformações. Recebemos dos pais sessentistas uma rica herança. Claro que têm suas falhas, suas limitações. Mas podemos contar muito mais pontos positivos do que os negativos.

Só nos últimos cinqüenta, vimos o Brasil dominar o futebol e ser campeão cinco vezes. Mas vimos também a ditadura tomar posse do nosso país como se fosse o quintal de sua casa.

Eram jovens bem diferentes, lutando para tirar da boca a mordaça e gritar bem alto “liberdade”. Mas viram calados o jornalista Vladimir Herzog ser enforcado e cair na frente dos seus algozes. Por outro lado, sabemos que a tentativa de calar a razão foi em vão ao ver nascer um símbolo da luta contra a repressão.

Nesses últimos cinqüenta anos, a arte brasileira, vaidosa como sempre, mostrou sua face mais delicada e assim surgiu o tropicalismo com Caetano e Gilberto Gil – esse eu prefiro cantando que “politizando”. Tom, Vinicius e João Gilberto com um banquinho e seu violão e assim fizeram surgir a Bossa Nova.

Mulheres queimaram sutiãs em praça publica dizendo “BASTA” de repressão sexual com o surgimento da pílula anticoncepcional que trouxe junto a liberdade sexual que todos nós desfrutamos.

Hoje esses “jovens”, são pais cinqüentões, sessentões que tiveram seus filhos no auge das transformações que, acreditavam, mudaria o nosso país. Eram jovens com força de vontade, com determinação. Um pouco despreparados, mas com sede de mudanças.

E nós, jovens ou futuros pais? O que vamos deixar de herança para nossos filhos? Alguns ainda são crianças, bebês ou nem nasceram. Qual o futuro, que nós, futuros pais, deixaremos?

Olho para a minha geração e vejo que estamos passando pela história sem acrescentar nenhuma linha. Ligamos a TV e vemos garotas de todo tipo de fruta. O talento? Um belo bumbum, grande e rebolativo.

Nossas músicas se resumem em uma única palavra: “creu!”. E assim se faz sucesso nesse mundo alienado e permissivo. Os pais de hoje deixaram de ser alicerces das famílias e passaram a ser o estorvo. Drogas, álcool e todo tipo de alucinógenos para fugir de uma realidade sofrida em cada favela ou comunidade, como muitas ONGs gostam de usar.

Somos roubados a todo instante pela casta política que furta nosso direito à saúde, educação, moradia e, com isso, tiram a nossa cidadania. Mas, não nos preocupamos e na próxima eleição votamos rapidamente para voltar logo para casa e aproveitar o almoço de domingo.

Cobrança mesmo só no futebol. Juntam-se dezenas de torcedores insatisfeitos – pais ou futuros pais – e partem para os sopapos com jogadores cobrando mais disposição.

Invertemos os valores e nem sabemos para onde estamos sendo levados.

Qual o caminho? A resposta esta dentro de cada um quando deseja um mundo melhor para o seu próprio filho.


domingo, 20 de julho de 2008

CHEGA DE PASSEATA!


O mundo vive com medo e apreensivo. Ir à escola, faculdade, trabalho e até mesmo namorar tornou-se uma incógnita. Em algumas metrópoles uma aventura digna de qualquer filme de ação hollywoodiano. Em outras, uma epopéia. No Rio de Janeiro e São Paulo, suspense.
Emoções é o que não faltam. Sirenes, correrias de policiais e marginais e claro, bala zunindo para todo quanto é lado. Alguns chamam de bala perdida. Eu a chamo de bala “encontrada”.
Não da mais para ficar alheio a tudo e dar de ombros. Não adianta mais grades nas janelas e o nosso toque de recolher. Sim! Nós, pessoas comuns, temos horário para nos enfiarmos em casa e amedrontados rezando para que nenhum delinqüente – mesmo “de menor” – invada nossos lares e faça barbaridades com as pessoas que amamos.
Nesses últimos anos, os noticiários tornaram-se mais desumanos. Nas TVs pipocaram programas policiais mostrando os detalhes de cada crime cometido. Contamos aterrorizadas, as vítimas nos trens de Madri, inocentes em Beslan e a insensatez em Bagdá. São Paulo parou com os ataques do PCC e ainda nos damos o privilegio de chorar os mortos no Líbano. No Rio de Janeiro a atrocidade tomou forma e virou novela nos telejornais quando o menino João Helio foi arrastado pelas ruas da capital fluminense. E mesmo depois de tanto tempo, continuamos contabilizando nomes de vitimas de guerra civil não declarada.
Até quando vamos aceitar passivamente esse massacre de pessoas do bem? Para alguns utópicos, basta vestir camiseta branca, algumas faixas escrito “BASTA!” que tudo ira se resolver.
Odeio passeata! Odeio flores colocadas em praias! Odeio pessoas fazendo a figura de uma pomba com as mãos! Odeio ver uma multidão soltando balões vermelhos simbolizando os mortos! Odeio ver o quanto estão fazendo de idiota uma sociedade inteira.
ONG’s bancadas pelo governo - veja até que ponto chegamos - deveriam ter um papel melhor na sociedade ao invés de usar a paz como fachada. Tem a obrigação de conscientizar cada cidadão a votar decentemente.
Chega de enganar o ser humano fazendo acreditar que parar o trânsito da Avenida Paulista aqui em São Paulo ou Avenida Brasil no Rio de Janeiro, irão sensibilizar nossos governantes e assim, forçarão a todos a sentarem apressados em torno da constituição para mudar regras e leis. Engano!
Há alguns anos, vemos na mídia a afirmação de que “o desarmamento diminui a violência”. Trata-se de um embuste, de uma expressão de pau, empurrada goela abaixo em toda a população brasileira que redundou na aprovação de uma criminosa e ineficiente Lei federal, que restringe ao máximo o uso de arma de fogo. Criminosa, porque expõe as pessoas de bem, desarmadas, à sanha dos bandidos. Ineficiente, porque não consegue desarmar os bandidos, pelo contrário, incentiva-os ao crime, por não haver, teoricamente, resistência da população que não pode mais se defender com uma arma na mão, nem dentro de casa. Não é a arma de fogo, em si, que mata alguém. É o ser humano, que tanto pode matar com uma pistola, uma faca, um porrete, com qualquer coisa que tiver às mãos, inclusive estrangular alguém com os próprios dedos.
Em 1990, a cidade de Nova York nos Estados Unidos, tinha um dos índices de criminalidade mais alto de todos os estados americanos. A população mudou o modo de votar e passou a eleger políticos com características semelhantes, com propostas de segurança semelhantes e assim foi criado o “tolerância zero”. Em pouco menos de 10 anos, Nova York se tornou a cidade mais segura de toda a América do Norte. Perceberam? Não foram passeatas e muito menos flores nas areias de uma praia famosa que mudou o quadro da criminalidade. E sim, a participação de todos para o único objetivo. Reduzir a criminalidade

segunda-feira, 7 de julho de 2008

O DRAGAO DA INFLAÇÃO DESPERTOU



A inflação voltou? Talvez. Essa palavra já fez parte da vida dos cidadãos acima dos 25 anos. Diferente dos jovens com menos de 15 anos não conhecem o dragão desse contingente demográfico que voltou a abrir os olhos recentemente.

Essas pessoas cresceram em um ambiente de controle monetário. Diferente dos demais brasileiros que registram em suas lembranças o poder devastador da alta dos preços que corroem os bolsos de cada cidadão.

Em 1974 foi usado pela primeira vez o termo “dragão” para definir a voracidade dos juros e definir a perda de poder de compra. De lá para o atual real que foi criado em 1994, a Fundação Getulio Vargas registrou alta de, pasmem, cento e um trilhões e duzentos e quarenta bilhões por cento.

“Aí o dragão deu sua piscadela”

Preços em alta não são um problema só para os brasileiros. Em vários países a inflação deu um salto recente. Mas as razões são bem diferentes. Globalmente, o surto é conseqüência das medidas que outras nações estão tomando para prevenir a recessão. O responsável pelo efeito cascata é o calote nos financiamentos imobiliários nos Estados Unidos.

As empresas ainda não estavam plenamente recuperadas. O que ocorreu então foi que as pessoas voltaram a comprar, mas a oferta de produtos não aumentou na mesma proporção. Aí o dragão deu sua piscadela.

Nosso problema é que o brasileiro tem muito a comprar. Nem todo mundo tem a casa que gostaria ou até mesmo o carro dos sonhos. Uma parcela imensa da população quer as três refeições por dia prometidas em campanha pelo atual governo, com bastante coisa na mesa em cada uma delas. Volta e meia surge um dinheirinho e as pessoas vão às compras. Pouca oferta e muita demanda.

De 1994 a 1999 o país reagia a esses eventos incentivando as importações com um dólar lá em baixo, baratinho, baratinho. Comprávamos produto estrangeiro e pronto. A fórmula fez mal à indústria nacional e trocou-se a fórmula. Atualmente, o remédio do Banco Central está na taxa de juros. O efeito colateral é pior do que o do mercado global: mata a demanda (porque os juros sobem e aquela prestação que cabia no bolso não existe mais) e a oferta (as empresas não têm incentivo para investir).

Prepare-se

Com a inflação acampada às portas do Banco Central, dificilmente os juros vão voltar a cair tão cedo. Você investidor, tome cuidado com o mercado de capital. Ações e fundos de renda variável tendem a flutuar muito nessa atual situação global. A melhor dica de investimento é renda fixa e títulos do governo (como os do Tesouro Direto) têm risco bem menor e tendem a dar rendimentos melhores. Pode apostar!

segunda-feira, 30 de junho de 2008

SERÁ UMA LUZ NAS ELEIÇÕES?



Os ventos da democracia e do bom senso voltaram a soprar as velas do nosso país. Pelo menos é o que nos leva a acreditar a atitude dos Tribunais Regionais Eleitorais. Há três semanas, os TREs vem travando uma batalha – e que batalha – com Tribunal Superior Eleitoral com o propósito de impugnar os registros de candidatos a prefeitos e vereadores com a “ficha suja”. É o primeiro passo para tirar do poder criminosos de todo tipo. Muitos desses políticos buscam cargos eletivos para se safarem das punições e se aproveitarem do beneficio de serem julgados pelo Supremo Tribunal Justiça. Hoje um processo que tramita no STJ demora em média de três a cinco anos para ser julgado. Dessa forma, muitos políticos criminosos se livram justamente por prescrever o crime cometido.
O embate configura-se a seguinte situação: processos que solicitarem registro de candidatura ao TRE terão a autorização negada, mas, poderão recorrer ao TSE, que já declarou a autorização de candidatos envolvidos em crimes. No que depender da justiça, tudo ira continuar como esta.
Ocorre que a criação de normas para uma melhor filtragem e seleção dos políticos que farão parte das suas legendas, começou a ser discutida. Partidos como PMDB, PSDB, DEM e PT concordaram que é necessário usar uma peneira “mais fina” na seleção de seus representantes. Desses quatro, somente o DEM se mexeu e criou uma resolução interna. O partido decidiu que não poderão participar dos pleitos os filiados que respondem a qualquer processo por crimes hediondos, dolosos ou de mau uso do dinheiro público – corrupção.
Sem duvida uma iniciativa louvável e esperamos se seja seguido à risca. O DEM será o único partido a oferecer, nas próximas eleições, candidatos com garantia de ficha limpa. Com essa decisão, o DEM inicia um processo que deve ser adotado por outros partidos. Esperamos que o mais breve possível.
Com atitudes como essa, evitaríamos o constrangimento de ter como presidente do conselho de ética da Câmara alguém como Sérgio Moraes que responde a processos de receptação e lenocínio.
Hoje de cada dez congressistas, quatro respondem por ações judiciais por delitos graves. Algo que temos de comemorar. Só para compararmos, até a Constituição de 1988, acusados de crimes não só podiam concorrer à eleição como, se fossem vitoriosos, tinham o processo suspenso durante o mandato. Com a nova carta política, as ações transcorrem normalmente – ainda que em foro privilegiado.
Muita coisa precisa ser feita para que criminosos não se apossem do poder e façam do nosso país o quintal da casa. Esse foi o primeiro passo ao rumo certo de uma verdadeira mudança. Ainda precisamos quebrar o foro privilegiado e a imunidade parlamentar. Não é aceitável que bandidos, quadrilhas sejam os “fazedores” de leis que serão aplicadas a toda sociedade, menos a eles mesmos.

domingo, 8 de junho de 2008

VERDE QUE TE QUERO VERDE


Para quem acostumou a acessar esse blog, deve estranhar em não encontrar nesta postagem as tradicionais criticas sobre nossa política. Resolvi aceitar as sugestões de diversos amigos da faculdade que me pediram para escrever algo diferente, leve, que desse um alívio para os leitores e fizesse cada um sentir uma vontade de voltar ao tempo, para quem aproveitou a época, e trazer o gostinho do que poderia ter vivido para quem não teve a mesma oportunidade.

Se você pensa em um banco toda vez que alguém fala em praça, é porque já provou a sensação de ficar sentado ali sem ter que dar satisfação a ninguém. Só olhando o jardim e deixando o verde fazer a sua parte. Há quem diga que as praças são templos a céu aberto. Concentram uma energia que acalma e convida os solitários a permanecerem em silêncio.

Esses cantinhos - muitas vezes descuidados pela vizinhança ou prefeitura - já serviram de inspiração a diversos cantores.

Num giro pelas principais praças dessa megalópole chamada São Paulo, resgatamos os bons momentos já vividos por seus freqüentadores. O sabor de nostalgia é comum para muitos que viveram esses tempos e guardam em algum lugar da memória o passeio no fim de tarde, ou footing, como eram chamadas as voltas em torno do coreto, quando as moças iam em uma direção e os rapazes na outra, só para cruzarem os olhares.

Falar de praça também é ficar com água na boca ao lembrar da pipoca que acabou de estourar, ou do algodão-doce, que derrete macio. E não podem faltar as árvores frutíferas - o pé de pitanga, de jabuticaba ou de amora, que perfumam o ar e colorem o chão. A sensação de colher as frutas no pé só se equipara ao sabor da diversidade.

Puxar uma prosa numa praça é fundamental. Os assuntos são os mais variados possíveis. Se está sol ou não, a aula de tai chi chuan que nos dá a impressão de que o tempo passa devagar, tal qual os movimentos de quem a pratica.

Se a praça pode revitalizar a cidade, um cinema ou um teatro podem revitalizar a praça.

Quem freqüenta a Praça Roosevelt, no centro de São Paulo, pode conferir um dos cinco teatros que iluminam o local. Eles foram os responsáveis por gerar vida cultural noturna ali depois da revitalização daquela região. E o melhor: moradores de rua foram admitidos para trabalhar nos teatros. A história da praça violenta está mudando. Agora está mais para praça de criação.

A canção dos Tribalistas define a praça: "... todo mundo me quer bem / eu sou de ninguém / eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também" Imparcial e aberta, acolhedora como a natureza, ela aceita quem quiser entrar. Área livre para todos, enquanto o verde faz sua parte e regenera nossas energias. Esqueceu como é? Então talvez seja à hora de calçar um par de sapatos confortáveis, convidar o namorado ou a namorada e escolher uma praça para passear.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Comissão Parlamentar de Ineficiência


Estive afastado esses dias devido as provas na faculdade. Isso vem me tirando o pouco tempo que resta para fazer as coisas que gosto, como escrever aqui. Mas não pude ficar calado com o último acontecimento em nossa política. É esse cheiro de algo queimando no planalto central que esta muito forte. Mas não pense que é a pizza que esta quentinha saindo do forno. Não! É a cara de poucos parlamentares queimando de vergonha em ser político nesse país.

Mais uma vez me senti num picadeiro com o nariz e peruca vermelha. Após quase três meses de duração e de muita dor de cabeça ao governo, a CPI mista dos Cartões terminou seus trabalhos sem pedir investigação ou indiciamento de autoridades – nenhuma novidade.

A CPI dos Cartões teve início após a divulgação de gastos da ex-ministra da Igualdade Racial Matilde Ribeiro. Ela acabou deixando o cargo após ser revelado que ela pagou uma conta em um free shop e ter gasto mais de R$ 110 mil com aluguel de carros. Na CPI, Matilde negou má-fé no uso do cartão, pediu demissão e, não devolveu um centavo aos cofres públicos.

A disputa em torno da CPI acabou criando um novo embaraço ao governo, quando se descobriu que o Ministério da Casa Civil produzia um dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, da ex-primeira-dama Ruth e de ex-ministros tucanos, supostamente para constranger a oposição.
Dossiê é um nome bonito e pomposo não é? Mas o povão não tem idéia do que significa dossiê. E a base aliada com seu comandante sabem disso e se aproveitaram para mais uma vez mentir tudo sobre o fato.

A ministra Dilma Rousseff sempre negou que o governo estivesse fazendo um dossiê. Segundo ela, o levantamento de informações era para a formação de um banco de dados sem finalidade política, mas apenas de controle.

Mentir é algo banal na política e fora dela. Mas se um político é flagrado mentindo diante de seus pares e em sessão transmitida ao vivo pela tv senado, a situação se complica.

Richard Nixon não renunciou à presidência dos Estados Unidos porque mandou espionar a sede do Partido Democrata em Washington - mas porque mentiu ao país.

Luiz Estevão não perdeu o mandato de senador porque se aliou ao ex Juiz Nicolau dos Santos Neto (Lalau) e juntos desviaram o dinheiro para a construção do Fórum da Justiça do Trabalho em São Paulo - mas porque mentiu a seus pares.

Dilma repetiu no Senado que jamais existiu dossiê.

Até agora o único que esta pagando o “pato” é o ex-assessor de Controle Interno da Casa Civil José Aparecido Nunes Pires. Foi Dirceu que nomeou Aparecido para o cargo que ele ocupa desde o início de 2003. Para o ex-assessor, é Deus no céu e Dirceu na terra.

No último dia 20 de fevereiro, Aparecido aproveitou uma troca “banal” de e-mails com André para anexar em um deles dois arquivos. Um dos arquivos listavam despesas sigilosas do governo Fernando Henrique Cardoso.

O Congresso estava às vésperas de instalar uma CPI para investigar gastos com cartão corporativo feitos durante o governo Lula. Só no ano passado os gastos lulistas somaram R$ 78 milhões. Do total, R$ 58 milhões foram sacados em dinheiro vivo. Havia a suspeita de que parte desse dinheiro teria ido parar no bolso de alguns dos 11.500 portadores de cartões.

Uma pergunta tira o meu sono. Por que Aparecido, ligado ao PT desde 1990, vazou o dossiê para André, seu ex-colega no Tribunal de Contas da União?

Talvez por mágoa dos seus superiores? Talvez para alertar a oposição que o governo tinha munição contra ela e que não se acanharia em usá-la? Tudo se torna especulação depois do resultado da CPI que terminou do jeito que começou. Sem punições para ninguém.

Quanto a Aparecido, o governo acena com sua volta sem punição ao TCU. Mas não pense que isso é um desrespeito com a verdade. Esse atual governo desmoralizaou até mesmo a mentira.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

MAIS 120 ANOS


Muito se fala das atrocidades cometidas pelos alemães, do lançamento de duas bombas nucleares no Japão pelos americanos. Mas, como avestruzes, escondem a cabeça na terra envergonhados das ações que causaram esse Apartheid não só racial, mas também social.

Libertados! Essa era as manchetes dos jornais que circularam há 120 anos, no dia 13 de maio de 1888, os negros do Brasil conquistavam a tão sonhada abolição. No entanto, essa "liberdade" não veio acompanhada da assistência necessária para que os, até então, escravos, pudessem exercer de forma plena a liberdade que se apresentava.

Os resultados dessa libertação não planejada tem reflexos nos dias atuais e é visivel essa política de castas escamuteada. Os direitos a educação, saúde e até mesmo a possibilidade de uma ascensão social, foram tolhidos. E hoje, centenas de favelas pipocam em toda grande cidade justamente por terem sidos "roubados" de uma vida melhor.

Apesar das condições as quais os negros foram expostos, eles nunca pararam de lutar pelo direito de ter direito. Em novembro é comemorado o Dia da Consciência Negra, celebrado dia 20, data em que foi assassinado, em 1695, o líder Zumbi, do Quilombo dos Palmares, marca a nova realidade imprimida na luta dos negros no Brasil, a qual está ligada às reivindicações de entidades em defesa dos mesmos.

Hoje, 120 anos depois, a história da abolição ainda homenageia a Princesa Izabel e os abolicionistas, que na verdade, aderiram às pressões de outros países que tinha interesse em exportar seus produtos para terras brasileiras. As pessoas são ensinadas a admirar aquelas figuras, que na verdade, agiram a partir de uma necessidade. A abolição foi sim uma conquista dos negros, da senzala rebelada e o alto custo em manter o escravo.

A realização de debates sobre essa e outras questões como a implementação de políticas públicas para os negros já é uma realidade no país. A inclusão do estudo da história africana nas escolas, o sistema de cotas nas Universidades - algo que é discutível - mas que garante acesso ao ensino superior, respeito, reconhecimento e resgate da cultura africana, enquanto parte integrante da identidade brasileira, são algumas delas.

Mas essas questões não são as únicas conquistas almejadas pelos movimentos negros. Valorização da história dos afro-descendentes, melhoria da qualidade de vida dos quilombolas, que precisam de políticas específicas e principalmente o respeito as características dos negros. Essas são algumas das coisas pelas quais lutam e que esperam conseguir, sem que, para tanto, precisem esperar mais 120 anos.


domingo, 11 de maio de 2008

ANALFABETOS LETRADOS




Mais uma vez eu fiquei atônito ao ler um artigo de uma revista. Várias personalidades demonstrando suas comoções com a renuncia de Fidel Castro do seu posto de mais antigo ditador do século.
Vários deles mostraram-se preocupados com a manutenção das "conquistas sociais" na ilha-presídio após as possíveis mudanças no regime. Essa postura denota um forte ranço socialista. Ainda que muitos desses "pensadores" sintam vergonha de assumir abertamente a admiração que sentem pelo Fidel, fica claro que ainda nutrem fortes sentimentos pela utopia que desgraçou o século XX.
Não passam de vermelhos desbotados. Tentam apelar para um relativismo, como se nem tudo fosse ruim em Cuba. Enganam-se! Aquele feudo da família Castro é uma grande penitenciaria! Mas todos aceitam, sem questionar, a "verdade" que se repete como papagaios, das tais "conquistas sociais". Ninguém ousa fazer uma simples pergunta: Quais conquistas?
A repetição de que a saúde cubana é excelente não passa de um mito. Os seguidores de Goebbels (ministro da Propaganda de Adolf Hitler) ficam na esperança de que a repetição dessa mentira a transforme numa verdade. Que saúde maravilhosa é esta se faltam os remédios mais básicos? Quais foram as grandes contribuições de Cuba à medicina mundial?
A saúde em Cuba é precária, os hospitais são decadentes e o país não deixou nenhuma grande contribuição para a medicina mundial, à exceção de poucos avanços no tratamento do vitiligo. Quanto aos indicadores de IDH, não custa lembrar que os dados cubanos são monopólio da ditadura, já que observadores imparciais de fora não têm acesso livre ao país. Quem confia em números oferecidos por um ditador?
O outro campo predileto dos esquerdistas é a educação. Qual educação? A taxa de analfabetismo é baixa, mas o que os cubanos lêem? Fidel nunca permitiu a leitura livre de livros e artigos. O único jornal disponível na ilha retrata da ditadura. Se alguém for pego com um livro de George Orwell, cujo 1984 retrata perfeitamente o que se passa no país, vai preso.
O que importa para o cubano que não tem comida decente nem remédios, tampouco pode sair livremente do país, o fato do país ter um bom time de beisebol? Sera que se fosse a maravilha que os intelectuais "pintam", os atletas cubanos que vieram competir no Brasil teriam fugido? Defender Cuba não é mais uma questão de falta de informação, é mesmo falta de caráter! Sem esquecer aqueles que idolatram Che Guevara.
O argentino lutou na revolução cubana derrotando o ditador Fugencio Batista. Mas se tornou um assassino frio e implacavél. Perseguido por suas atrocidades, foi morto por soldados Bolivianos que o encontrou sozinho e amedrontado.
Se Cuba deixar de ser uma ditadura socialista para migrar rumo ao capitalismo de mercado, só há uma possibilidade para os setores de saúde e educação: melhorar drasticamente!
Como um dia escreveu Mário Quintana - "Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem."

terça-feira, 6 de maio de 2008

SOMOS UMA NAÇÃO?



A selva esta em guerra! Dois acontecimentos estão, mais uma vez, mostrando que nossas leis – ou criação das mesmas – são ineficazes e nos envergonham. Reserva Raposa do Sol e a absolvição do fazendeiro Vitalmiro Moura, que mandou matar a freira Dorothy Stang.
Um conflito de interesses que nos leva a perguntar se é viável apenas 19 mil índios em um território que chega a ser onze vezes maior que a cidade de São Paulo. Só para ter uma ligeira noção do que representa isso, na capital paulista vivem atualmente mais de doze milhões de pessoas. Se dividirmos a reserva, daria oitenta quarteirões para cada índio. Índio que esta muito bem adaptado ao sistema do branco. Freqüentam regularmente escolas públicas (muitos já esqueceram ou nunca aprenderam sua língua nativa), fazem suas compras em nossos supermercados e adotaram nossa cultura como sendo a sua própria.
A idéia clássica dos antropólogos é do selvagem em seu estado puro, sem a interferência do branco e usando todo esse território para caçar e pescar. Isso deve ser revisto! Existem ONG’s – inclusive estrangeiras – que lucram com essa idéia benevolente e de caráter religioso.
Querem a todo custo a criação da nação indígena, mas e a nação brasileira? Alias, o Brasil não é ainda uma nação. É simplesmente um território, sem o sentimento de nacionalidade, de brasilidade, de ver no próximo suas características e o bom senso de respeito mutuo.
Na Reserva Raposa do Sol estamos vendo nitidamente o que quero dizer. O crescimento da barbárie.
Não posso deixar de falar sobre a absolvição do madeireiro que estava envolvido no assassinato da freira Dorothy. Ele foi condenado antes, a 30 anos de prisão, por causa da pressão internacional.
Agora que tudo passou, que a impressa colocou no fundo da gaveta dos assuntos lucrativos, surgiu à verdadeira (in) justiça brasileira.
Esta tudo esclarecido! Explico. Os pistoleiros gostavam tanto do patrão que assassinaram a "perigosa" freira Dorothy por conta própria, sem ninguem mandar e assumindo todos os riscos.
Dorothy foi mais uma vitima tombada pela industria madeireira. Quinze anos já se passaram desde a morte de Chico Mendes e a floresta esta sendo consumida numa velocidade impressionante pelas serras elétricas e pelo fogo ateado por fazendeiros. O criquilar dos “grilos” naquelas terras ainda soa em alto e bom som.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

"Hatikva" ("A esperança")



60! Esse é o número de anos que completa a formação do Estado Judeu. Hoje grande parte de Israel parou, como todos os anos, por dois minutos ao som de uma sirene. Em todo país ouvia-se o triste zunir que homenageava e ao mesmo tempo remetia todos judeus a refletir sobre os seis milhões de vítimas do holocausto.
Ao escutar o sinal, com raras exceções, interromperam suas atividades no lugar em que estavam. Motoristas desceram dos veículos, pedestres pararam suas caminhadas, emissoras de rádio e tv pararam suas transmissões.
Isso sim é respeito. Respeito pela história de seu povo, por não deixar cair no esquecimento o massacre e tentar entender as questões que continuam sem respostas. Quem ordenou a Solução Final? Quando foi tomada a decisão do destino desse povo? Houve um plano que serviu de base para o ataque. Como foi executado tal plano?
O holocausto foi uma das maiores e piores atrocidades cometidas pelos seres humanos – sem esquecer das bombas lançadas no Japão pelos Estados Unidos. Foram perseguições seguidas de sofrimento e mortes.
Pessoas eram retiradas de seus lares obrigadas a abandonar toda a sua vida, toda a sua história e todo o seu passado. Sem esquecer de mencionar a omissão da igreja católica, que hoje pede desculpas por não fazer absolutamente nada.
Trens de carga vindos de toda a Europa ocupada pelos nazistas carregando judeus para currais humanos aonde eram fuzilados, obrigados a trabalhar até morrer ou asfixiados até a morte em câmaras de gás. Tinham seus cadáveres incinerados ou transformados em sabão. Quando enterrados, era em covas coletivas com seus compatriotas.
A megalomania de Adolf Hitler fez do holocausto a guerra mais destruidora da história. Pregava um darwinismo tortuoso aonde as "raças" mais evoluídas eram os arianos, alemães e outros povos nórdicos destinados a destruir as "raças inferiores" – gays, negros e principalmente judeus, aos quais Hitler atribuía a maioria dos males da humanidade.
O Museu do Holocausto, visita obrigatória para as personalidades políticas de Governos estrangeiros, conserva os nomes de três milhões das vítimas do Holocausto, mortas nos guetos e nas câmaras de gás dos campos de extermínio, assim como as penúrias e doenças que eles sofreram nos campos de concentração e trabalho.
Em março, Israel recebeu a visita da chanceler alemã Ângela Merkel, que encerrou sua viagem oficial com um discurso no Parlamento, onde manifestou que o Holocausto "enche de vergonha o povo alemão".
Muitos dizem que os judeus fazem questão de sofrer ao lembrar do massacre e por não deixar que o mundo esqueça o genocídio. O que essas pessoas não entendem é que se o nosso país tivesse metade da seriedade e respeito com a própria historia, hoje, com seus 508 anos, seríamos um país de primeiríssimo mundo. Israel com apenas 60 anos de existência, é um dos países mais respeitados. Mas lembre-se, toda mudança começa de dentro para fora.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

SOLIDÃO


Terminei de ler Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia Marques. Para quem não teve a oportunidade de ler a obra, o escritor fala da estirpe dos solitários para a qual não será dada uma segunda oportunidade. Esse mundo moderno, capitalista – pelo menos no ocidente – vive em comunidades. Todo o sistema foi divido em países, estados, cidades, bairros, ruas e dividiu também o ser humano. Alguns especialistas afirmam que o homem não consegue viver sozinho. Discordo!
Cada individuo vive hoje sozinho e isolado dentro da sua mente. Buscando o sucesso em diversas áreas (profissional, amorosa, amizade, familiar e etc.)
Nessa busca alucinada pela perfeição, deixamos de olhar nos olhos das pessoas que estão ao nosso lado. Deixamos de dizer o quanto ela é importante por dividir a “estrada da vida” conosco. Aos estranhos o tratamento é ainda pior. Paramos por exemplo, de cumprimentar o vizinho, isso quando, e se, o conhecemos. Entramos em nossos carros, armados de rancor e mau humor, amarramos à cara e partimos para o combate. É como uma luta corpo a corpo, mas usamos o no “carro a carro” até o destino final. Entramos em elevadores de cabeça baixa e quando falamos um “bom dia” é sem qualquer intenção do verdadeiro desejo – e recebemos a resposta com o mesmo sentimento.
A solidão que cada ser humano sente hoje reflete no aumento da criminalidade – ou será o contrario? Será que o aumento da criminalidade distanciou todo mundo de todo mundo?
Banalizamos a morte. Não nos importamos quando alguém querido perde um ente. Vamos ao velório do amigo por etiqueta e antes de sairmos de casa em direção ao ultimo “adeus”, desejamos que seja o mais rápido possível.
Há quanto tempo não liga para aquele amigo do colégio? Amigo que dividiu com você uma das etapas mais importante (e divertida) da sua vida. Há quanto tempo não olhou para sua mulher ou para seu marido e declarou o quanto o (a) ama?
Há quanto tempo não chega em casa e da um abraço no seu filho ou filha?
São pequenas coisas que fazem o nosso dia ser grande e especial.

sábado, 19 de abril de 2008

ABUSOS


Há algum tempo quero escrever algo sobre os abusos. Abusos de todos os tipos. Abusos de e das autoridades, abusos de pai contra o filho – inclusive sexual. Abusos das igrejas (católicas e protestantes) e por que não, abusos da confiança entre seres humanos.
Quem nunca passou por uma decepção de confiar em alguém e ser traído? Não falo só da traição entre amantes, mas sim da traição de confiança em geral.
O ser humano vive hoje uma ambigüidade, inclusive eu já falei disso em outra postagem. Vive constantemente perdido em seus sentimentos sem saber, ou finge não saber, qual o caminho certo a seguir.
Na última semana, a maior prova de abuso estava estampado em todos os veículos de comunicação. De acordo com os autos do inquerito que se tornou público e notório apartir do indiciamento dos averiguados, e se tornaram réus após a denúncia, um pai, abusando da confiança de uma criança, a feriu mortalmente jogando-a do sexto andar. Desde quando veio a público o homicídio, fico tentando imaginar toda cena que se deu inicio dentro do carro e terminou no apartamento. A garota sendo agredida pela madrasta e aos berros pedindo socorro ao pai, que simplesmente ignora. E pior, ajuda na tentativa de encobrir o crime jogando a própria filha pela janela. Muitos falam em falta de religiosidade dentro dos lares. Será ?
Na busca pelo "elo perdido" aceitamos acreditar fielmente nas palavras de um homem de batina ou alguém com uma bíblia embaixo do braço. Confiança que deve ser comedida.
Recentemente o papa Bento XVI foi aos Estados Unidos, envergonhado, para se desculpar e tentar de alguma forma minimizar os escândalos sexuais envolvendo homens que juraram castidade. Abusos sexuais e pedofilia que o próprio papa vetou na mudança do código canônico, onde consta tudo o que pode ou não praticar dentro do Vaticano. Por exemplo, impede que alguém seja ordenado padre ou se mantenha padre, se for homicida, tentar suicídio, ajudar a fazer aborto ou automutilar-se. Mas abusos sexuais e pedofilia, pode! A igreja católica desembolsou, só nos Estados Unidos, dois bilhões de dólares em indenizações. Seria muito mais econômico se permitissem que os representantes da igreja, e de Deus, casassem.
Meus dedos coçam para digitar os abusos da política brasileira. Mas usaria pelo menos oito anos da minha vida e relatar com detalhes os abusos que o partido do (des) governo vem praticando.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

15 MINUTOS DE FAMA




Ultimamente minha vontade é de hibernar. Fazer como urso e dormir por dias, meses, e por que não, anos. Quero dormir para nao assistir o que anda acontecendo com o ser humano. Vivemos em um tempo onde todos procuram ter o seu momento de celebridade. Vale tudo! Desde enviar cópias de vídeos para entrar em um reality show, declarações falsas para a policia que investiga a morte de uma menina de cinco anos e recentemente a compra de qualquer objeto que pertenceu ao narcotraficante Abadia.
Existem dois pontos a serem observados nesse caso. Porque alguém se acotovela no meio de uma multidão para possuir qualquer coisa que pertenceu ao colombiano? Tinha até cueca usada, que nojo! E porque a justiça permitiu que o tal leilão fosse feito da forma que foi?
Quando se sabe a origem dos produtos, deixa de ser uma aquisição moralmente correta e passa-se a ser receptação imoral.
São frutos da deterioração de milhares de vidas, jovens mortos por não pagarem suas dividas, viciados que partem para o assalto em busca de saciar o vício. Para quem nao fez correlacão, até os seqüestros relâmpagos são, muitas vezes, meios de aplacar o vicio, forçando a vítima a sacar quantias em dinheiro para o uso imediato. Sem esquecer as vidas de dezenas de centenas de policiais assassinados em combate por tentarem fazerem a lei valer.
Fico me questionando porque não é feito leilão com os bens de parlamentares corruptos. Comprovadamente corruptos!
Belas mansões, carros de luxo, bois vendidos a peso de ouro, barcos, motos enfim, dezenas de produtos que também foram conquistados de forma ilícita. Foram adquiridos com desvio de verbas públicas, de conchavos com empreiteiros. São batedores de carteiras da nossa sociedade. Não importa qual foi à forma, mas sim o crime cometido. A falta de investimento na educação, em segurança pública, em projetos aos jovens, eleva o índice de criminalidade porque o dinheiro para tais projetos foi parar em contas de paraíso fiscal. São questões que estão entrelaçadas.
O episódio do mensalão, por exemplo, não foi apenas o mais grave escândalo ocorrido no governo Lula – foi também o mais impudente. A título de lembrança, apenas algumas das cenas de corrupção explícita que ele revelou: empresário carequinha que com uma mão recebia rios de dinheiro do governo e com a outra distribuía bolos de notas a aliados desse mesmo governo; deputados saindo de bancos com malas recheadas de reais ou entrando furtivamente em quartos de hotel para repartir o butim; marqueteiro confessando em rede nacional que recebeu pagamento do PT proveniente de caixa dois e o depositou em conta no exterior. Ao todo foram quarenta parlamentares pegos com a mão na cumbuca. É o resultado da ação de uma "organização criminosa" chefiada pelo ex-ministro José Dirceu que completou seu segundo aniversário sem que haja um único punido. E nem serão! Em nenhum momento a justiça esboçou qualquer intenção de seqüestrar os bens e fazer um leilão com a mesma publicidade do narcotraficante. Ao contrario, são beneficiados com salários pomposos e vitalícios como o deputado federal José Janene – ex-líder do PP e sacador de 4,1 milhões de reais das contas de Marcos Valério –, não perdeu a função na qual foi flagrado. Aposentado pela Câmara com um salário integral de 12.800 reais, Janene foi reeleito em abril primeiro-tesoureiro do PP. Isso mesmo. O homem que, em nome de seu partido, recebeu milhões de reais não declarados à Justiça Eleitoral continua dirigindo a legenda – e no cargo de gestor de finanças.
Aqui no mundo real, pessoas desembolsam 49 mil reais em um Rural que no mercado real não vale mais do que 9 mil.
Apaguem as luzes e façam silêncio! Eu quero voltar a dormir.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

UM DIA TERMINA

foto sebastiao salgado


Essa semana passei muito mal. Comi uma cocada daquelas bem molhadas, com nozes e muito leite condensado. Era de encher os olhos e dar água na boca.
Mas me caiu muito mal no estômago. A cocada provocou algo em meu fígado e me tirou o apetite por dois dias. Algo horrível! Boca salivando e enjôos sem trégua. Deu trabalho para curar, tomei várias ampolas de Eparema e Sal de Fruta.
O presidente Lula é minha cocada diaria. Enjoa-me ouvir seus discursos repletos de inversões de valores, de falta de caráter, de descomprometimento com a sociedade que o elegeu.
O país vive um momento maravilhoso com a economia a todo vapor e com o índice de popularidade lulista beirando a santidade e o presidente teria tudo para encerrar seu segundo mandato com a melhor taxa de aprovação que ha muito não se via.
Mas somente isso nao bastava. Mais uma vez, Lula fez elogios a políticos que foram tiradas de cena justamente por envolvimento com a corrupção. Essa semana, o presidente exaltou o ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti e criou uma fantasiosa historia para sua queda. O líder da nação afirmou que elegeram o Severino e não levou muito tempo para perceberem que ele não era oposição, e trataram de derrubá-lo com a mesma facilidade. O presidente Lula deve estar brincando com a nossa inteligência. O ex-presidente da Câmara foi pego com a boca na botija extorquindo um empresário em troca da manutenção da concessão do restaurante que funciona dentro da Câmara.
Mas não satisfeito, passou a mão na cabeça de Renan Calheiros. Um dos maiores escândalos do Senado, onde se viu de tudo em um único parlamentar - amante, lobista, gado valorizado e notas frias – percebe que o leque de atuação dos nossos políticos vem ganhando novos formatos.
Mas não pense que ele (Lula) faz isso sem planejamento. O objetivo é formar base para eleger seu pupilo – seja lá quem for – na eleição em 2010. Não importa de quem são, mas sim quantos são os votos que colocarão o sucessor no Palácio do Planalto.
Os gestos de Lula demonstram o quanto é soberbo e arrogante. Venceu tudo aos olhos do eleitor. Deu sorte em muitos casos, como manter o programa de FHC, a economia mundial de vento em popa e ainda a descoberta de petróleo em Santos.
O presidente da República deveria usar os métodos dos Romanos. Ao retornarem vencedores das guerras, recepcionados pela multidão com gritos exaltando-os, um escravo repetia aos ouvidos do exaltado: “Você é apenas um homem!”.
Comprei uma caixa de Eparema. Minha tentativa é ver se depois de uma overdose desse medicamento, o Lula me desce.

terça-feira, 1 de abril de 2008

CAMINHO PERDIDO


É impressionante como o ser humano é ambíguo. Certo e errado, amor e ódio, sentimentos e ações que ao longo da vida irão formar mais um homem ou mulher com definições de valores que podem ser para o bem ou para o mal. A morte de uma menina de cinco anos jogada da janela de um apartamento do sexto andar na zona norte da capital paulista levanta, mais uma vez, os valores com o próximo. Filho com o pai, o irmão com a irmã, o marido com a mulher. Pessoas da prórpia família e que deveríam proteger, são arremessadas como se fossem objetos inanimados. Eu sei, nada foi provado contra o casal que tinha a guarda da menor naquele final de semana. Mas relembremos outros casos semelhantes. Suzane Richtofen, assassinou os pais enquanto dormiam e hoje cumpre pena em regime fechado. Gil Rugai, seminarista, matou pai e madrasta à bala e atualmente aguarda o julgamento em liberdade. Muita água e investigação irão passar por baixo dessa ponte trazendo a tona muitos podres do casal suspeito do crime. Estamos vivendo em uma época que crime virou moda. Ninguém se abala quando descobre um parente ou amigos envolvidos com ou como traficante ou assaltante. Tudo é permitido! A ambigüidade é tão grande, que o povo sempre fica em cima do muro, se dividem entre o tráfico e esses pequenos exércitos, conhecidos como mílicas, que surgem como pipocas nas regiões carentes da América do Sul. Há uma diferença entre as milícias brasileiras e as colombianas por exemplo. Lá atuam na selva, aqui, dentro das grandes cidades transformando-as em selva. Pequenos estados ilegais substituindo o Estado de direito que não consegue impor a legalidade. Uma selvageria previsível há décadas. Na cultura brasileira, acredita-se que seguir a lei é ser trouxa, uma cidadânia egoísta em que a lei só vale em seu beneficio. Sem mencionar as práticas de transgressões como jogar o papel no chão em vias públicas, estacionar em cima da calçada, passar o farol vermelho - isso vale para a madrugada, porque ficar ali esperando o assaltante é querer muito - sem esquecer o oferecimento de propina. Tudo isso enfraquece a lei que depois e invocada para proteger seus direitos. Atitudes que levam ao império da lei das selvas, onde se sabe, manda é quem tem o calibre mais grosso. Qual sera o futuro?

quarta-feira, 26 de março de 2008

O RIO CONTINUA LINDO?

LUCIANO HUCK, 36, APRESENTADOR, COMANDA O CALDEIRÃO DO HUCK NA GLOBO

O Rio de Janeiro continua lindo? Pelo que vemos nos telejornais, não. A segunda cidade mais rica da federação brasileira está as moscas, ou melhor, aos mosquitos. Aedes Egypti, um mosquito que transmite a dengue, uma doença da época do descobrimento do Brasil, vem causando dezenas de mortes e doentes na capital fluminense. A vítima mais ilustre desse mosquito insistente e persistente é o apresentador Luciano Huck. Vasculhando outros blogs, como http://www.serbao.blogspot.com/, encontrei um texto do marido da Angélica, onde ele demonstra toda sua indignação. Eu estava querendo escrever algo sobre isso, mas, nada melhor do que as palavras da própria vítima.

abaixo o texto.

LUCIANO HUCK foi assassinado. Manchete do "Jornal Nacional" de ontem. E eu, algumas páginas à frente neste diário, provavelmente no caderno de cidades. E, quem sabe, uma homenagem póstuma no caderno de cultura. Não veria meu segundo filho. Deixaria órfã uma inocente criança. Uma jovem viúva. Uma família destroçada. Uma multidão bastante triste. Um governador envergonhado. Um prefeito desesperado. E um presidente em silêncio. Por quê? Por causa de um mosquito. Como brasileiro, tenho até pena da pobre coitada mosquito-fêmea, ávida por sangue para botar os ovinhos de sua prole. Provavelmente não teve infância e educação, muito menos oportunidades. O que não justifica ficar picando as pessoas em plena luz do dia. O lugar dela é na mata.Agora, como cidadão, fico revoltado. Juro que pago todos os meus impostos, uma fortuna. E, como resultado, depois do cafezinho, em vez de balas de caramelo, quase morro de dengue.Adoro o Rio. É a minha cidade. Moro aqui. Trabalho aqui. Defendo esta cidade. Mas a situação está ficando indefensável. Passei um dia na cidade nesta semana e três Aedes Egypti passaram por mim. Onde está a secretaria de Saúde??? Onde está a "Elite da Tropa do Mutirão Anti-Dengue "? Quem sabe até a "Tropa de Elite"! Chamem o comandante Nascimento! Está na hora de discutirmos saúde pública de verdade. Tenho certeza de que esse tipo de assalto ao contribuinte, ao cidadão, não leva mais do que 30 dias para ser extinto. Simples mosquitinhos não se teletransportam para o infinito. Passo o dia pensando em como deixar as pessoas mais felizes e como tentar fazer este país mais bacana. TV diverte e a ONG que presido tem um trabalho sério e eficiente em sua missão. Meu prazer passa pelo bem-estar coletivo, não tenho dúvidas disso. Confesso que já dormi de mosquiteiro, mas aboli. Por filosofia. Concluí que não era isso que queria para a minha cidade. Não queria assumir que estávamos vivendo em Bogotá. Errei na mosca. Bogotá melhorou muito. E nós? Bem, nós estamos chafurdados na dengue urbana e não vejo perspectiva de sairmos do atoleiro. Escrevo este texto não para colocar a revolta de alguém que perdeu a saúde, mas a indignação de alguém que de alguma forma dirigiu sua vida e sua energia para ajudar a construir um cenário mais maduro, mais profissional, mais equilibrado e justo e concluir -com 38 graus de febre na testa- que o país está em diversas frentes caminhando nessa direção, mas, de outro lado, continua mergulhado em problemas quase "infantis" para uma sociedade moderna e justa. De um lado, a pujança do Brasil. Mas, do outro, crianças morrendo de dengue nos hospitais públicos e nos bairros ricos, corruptos notórios e comprovados mantendo-se no governo. Nem Bogotá é mais aqui. Onde estão os projetos? Onde estão as políticas públicas de saúde? Onde estão os pneus cheios d'água? Não acredito que o governo não saiba. Finge não saber. Alguém consegue explicar um mosquito infestando uma casa!? Qual é a lógica disso?Estou à procura de um salvador da pátria. Pensei que poderia ser o Temporão, mas, no "Roda Vida" da última segunda-feira, descobri que ele não é nem quer ser o tal. Pensei no comandante Nascimento, mas descobri que, na verdade, "Tropa de Elite" é uma obra de ficção e que aquele na tela é o Wagner Moura, o Olavo da novela. Pensei no presidente, pensei no Cabral, no Cesar Maia, mas não sei no que eles estão pensando. Enfim, pensei, pensei, pensei. Enquanto isso, João Dória Jr. grita: "Cansei". O Lobão canta: "Peidei". Pensando, cansado ou peidando, hoje posso dizer que sou parte das estatísticas da dengue no Rio. E, se você ainda não tem um Aedes Egypti para chamar de seu, não se preocupe: a sua hora vai chegar. Desculpem o desabafo, mas, hoje amanheci um cidadão envergonhado de ser paulistano, um brasileiro humilhado por uma febre de 38º e um homem que correu o risco de não ver os seus filhos crescerem por causa de um mosquito.Isso não está certo.

Luciano Huck

sábado, 22 de março de 2008

ATE QUANDO?


Até quando vamos permitir, ou melhor, vamos tolerar certos acontecimentos que só existem no Brasil? Esse é o único país onde se premia quem deveria ser punido e puni quem deveria ser premiado.
Orlando Lovecchio Filho foi uma das vítimas da guerrilha em 1968. Na época tinha apenas 22 anos e o objetivo de se tornar piloto comercial. Mas teve seu sonho e uma das pernas dilacerada por uma bomba detonada por Diógenes Oliveira, militante do partido de esquerda, em frente à Embaixada Americana – percebe que a idiotice da luta contra os norte americanos é antiga.
Lovecchio teve de mudar seus planos. Cursou administração, montou uma empresa e entrou em falência durante o governo Collor. Recebe atualmente do INSS uma aposentadoria por invalidez de R$ 571 e todas as perspectivas de uma vida melhor jogadas no ralo.
Mas do outro lado da história, Diógenes, depois do atentado, fez curso de explosivos em Cuba, atacou quartéis e esteve envolvido no assassinato de um americano. Fugiu para a Europa e morou alguns anos na África. Ao voltar para o Brasil, se filiou ao PT – algo que não causa estranheza. O nome é familiar? Sim! Esse é o Diógenes onde aparece sua voz pedindo ao chefe de políciado Rio Grande do Sul para aliviar a repressão aos bicheiros. Após esse escândalo o partido pediu a sua saída. Mais um dos “meninos” do presidente.
Onde esta a premiação? Oras o senhor Oliveira recebe pensão vitalícia da repressão durante o governo militar. Tem um salário de R$ 1.627 e mais R$ 400.000 de pagamentos atrasados.
Pior que tudo dentro da lei. Desde 2.002, durante o governo Lula, foi aprovada a lei que garante aos anistiados políticos reparação financeira. Por mais absurdo que possa ser, não é ilegal mas é imoral.
No direito existe um termo usado que é “assumir o risco do resultado”. Assumiu o risco de ser caçado, preso e condenado pelos crimes que praticam. E isso não poderia, não deveria de forma alguma ser abonado, nem judicialmente, nem financeiramente. Outro caso que fica entalado na minha garganta é o caso Lamarca. Em 1969, o capitão Carlos Lamarca traiu seus companheiros de farda, roubou armas e munição do quartel onde servia, desertou do Exército e, a soldo de uma potência estrangeira, matou inocentes a sangue-frio com o objetivo de implantar no Brasil uma ditadura comunista. Foi morto em combate por militares que cumpriam o dever de detê-lo. Quase quarenta anos depois, o terrorista acaba de ser transformado em mártir nacional pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Lamarca foi promovido postumamente a coronel e premiado com os rendimentos de general-de-brigada. Com isso, seus familiares receberão a pensão correspondente a R$ 12.152 por mês. Além disso, a viúva e seus dois filhos embolsarão cada um uma indenização de R$ 100.000.
A comissão de Anistia do Ministério da (In) Justiça não levou em consideração as vitimas inocentes da barbaria promovida pelo ex-capitão. Torturas, seqüestros e assassinatos são algumas das atrocidades cometidas em nome de uma política esquerdista para poucos. Semana passada fiquei enojado durante o horário político gratuito do PCdoB. Fizeram descaradamente apologia à guerrilha, homenagearam os colombianos das Farc mortos em território Equatoriano. Como fazem isso usando o nosso dinheiro? Quem lhes deu a permissão de usar espaço público de TV e radio para tal crime? E o que me deixa mais indignado que se fosse eu, você ou outro cidadão comum fazendo a mesma propaganda ao terrorismo, estaríamos presos sem direito a fiança.
Estamos na contra mão do bom senso. Logo estaremos premiando traficantes como Fernandinho Beira Mar, Marcola do PCC, Marcinho VP do Comando Vermelho entre outros. Em breve será criado o “Bolsa Terrorismo” – porque não? Vale tudo para conquistar um terceiro mandato.

segunda-feira, 17 de março de 2008

VOTO

Todos nós, ricos ou pobres, brancos ou negros, independente da idade, temos nossos deveres e direitos. Mas a balança da cidadania esta quebrada há muito tempo. Nossos direitos estão sendo tolhidos, cerceados e a cada dia nos tornamos vítimas de uma classe mesquinha e improdutiva: a dos políticos! Na década de 80, mais precisamente em 1985, foi dado o direito do voto ao analfabeto – um tema que causou e ainda causa muita discussão. Os contrários ao voto dos analfabetos sustentam que a pessoa que não sabe ler e escrever não está apta a escolher seus dirigentes, constituindo-se em frágil massa a ser manobrada pelos mais letrados. O ex-ministro Carlos Maximiliano sintetizava a posição dos defensores do voto somente ao alfabetizado, afirmando que falta ao analfabeto o controle de seu voto, podendo ser conduzido a eleger quem não gostaria de ter no poder, estando sujeitos ao famoso voto de cabresto, mas talvez de uma forma mais disfarçada.
Estamos atolados em políticas assistencialistas justamente pela usurpação de políticos de índoles duvidosas, de atitudes suspeitas e vontade de permanecer eternamente no poder. Lembro que era criança quando essa lei foi aprovada. Muitas pessoas comemoravam a liberdade, o acesso às urnas. A idéia a princípio era frutuosa e jogava uma luz sobre a democracia. Mas, passados 23 anos (três anos depois teríamos a primeira eleição direta para presidente), vemos que foi uma manobra de massa e de acordos para que o curral eleitoral fosse mais numeroso. Mesmo sendo facultativo, o voto do analfabeto tem grande peso na decisão de quem governa o país ou os estados. Somos vítimas de oportunistas da nossa sensação de liberdade e pagamos o preço da escolha de pessoas despreparadas.
Há alguns anos também é facultativo o voto do menor de 16 anos. Deram a eles um dever disfarçado de direito. Como é possível escolher líderes da nação, governadores, prefeitos e não ter o direito de dirigir, por exemplo? Como escolhem os “fazedores” das leis e não são punidos pelas mesmas? Lideram atrocidades, estupram, saqueiam, matam e, vejam só, são chamados de transgressores. Sociedades evoluídas aderiram ao voto facultativo numa clara demonstração de evolução e liberdade de escolha. Estados Unidos, França e Canadá são algumas das sociedades que deixaram nas mãos dos seus povos a escolha de votar ou não justamente por terem uma educação melhor acima de tudo.
Precisamos melhorar a vida dessas pessoas para então oferecer a elas uma participação efetiva no pleito eleitoral e assim deixarmos de nos enganar com essa postura positivista que adotamos dos franceses. Como já sabemos, a educação liberta e com ela dificilmente seríamos enganados com uma carteira, pochete ou bolsa família.

INTOLERÂNCIA


O ser humano esta cada dia mais intolerânte. E não é diferente comigo e uma porção de gente que conheço.
Foi transmitido em cadeia nacional um jovem ensangüentado atropelando um segurança de um posto de gasolina. Intolerância de ambos os lados. O segurança intolerânte com um mendigo, o jovem ao ver a atitude, partiu para cima do segurança. Esse por sua vez, intolerânte em ser repreendido agrediu tanto o mendigo quanto o jovem defensor.
O motorista enfurecido por ter sido agredido, entrou no veículo e avançou em direção do segurança atropelando e causando alguns ferimentos.
Toda essa situação é a falta de perspectiva de punição, de justiça e de direito preservado. A minha intolerância é com nossos políticos.
Essa semana, como todos os dias, assisti a ineficiência do senado e da câmara dos deputados na TV Câmara. Algum dia parou para assistir pelo menos um minuto? É improdutivo por um lado, mas compensador por outro. O lado positivo é ter a possibilidade de ver quem faz o que lá dentro. Todos querem subir ao púlpito e bradar algo que cause impacto, que seja visto como alguém que se importa com a sociedade. Mas, é tudo enganação.
Fiquei assistindo o festival de engodo durante meia hora, mais que isso é praticamente uma tortura. Vi a senadora “sanguessuga” Serys Slhessarenko homenageando o povo mato-grossense – não que não mereçam – mas a homenagem poderia vir em atitudes, em leis, mudança legislativas que beneficiariam não só o mato-grossense e sim o povo brasileiro. Usam o púlpito como se fosse palanque em campanha eleitoral. Um fala e dezenas ignoram. E olha que aprendemos logo no primeiro ano básico que, quando um fala o outro escuta, ou baixa a orelha. E não é isso que assistimos na TV Câmara. Se o desrespeito entre seus pares já é tamanha, imagina com toda a sociedade que colocou cada um desses políticos corruptos e mal intencionados nas duas casas legisladoras.
É uma reação em cadeia! Má utilização do tempo nos púlpitos para a promoção pessoal, deixam de votar assuntos importantes e destrancar pautas que consomem o dinheiro público em sessões extras no final de ano. Somos obrigados a pagar estadia, horas extras e sem esquecer os cartões corporativos desses políticos inertes.
Apesar de não justificar, explica-se a intolerância de toda a sociedade. Desconta-se no próximo o que os eleitos fazem com os eleitores.