quarta-feira, 26 de março de 2008

O RIO CONTINUA LINDO?

LUCIANO HUCK, 36, APRESENTADOR, COMANDA O CALDEIRÃO DO HUCK NA GLOBO

O Rio de Janeiro continua lindo? Pelo que vemos nos telejornais, não. A segunda cidade mais rica da federação brasileira está as moscas, ou melhor, aos mosquitos. Aedes Egypti, um mosquito que transmite a dengue, uma doença da época do descobrimento do Brasil, vem causando dezenas de mortes e doentes na capital fluminense. A vítima mais ilustre desse mosquito insistente e persistente é o apresentador Luciano Huck. Vasculhando outros blogs, como http://www.serbao.blogspot.com/, encontrei um texto do marido da Angélica, onde ele demonstra toda sua indignação. Eu estava querendo escrever algo sobre isso, mas, nada melhor do que as palavras da própria vítima.

abaixo o texto.

LUCIANO HUCK foi assassinado. Manchete do "Jornal Nacional" de ontem. E eu, algumas páginas à frente neste diário, provavelmente no caderno de cidades. E, quem sabe, uma homenagem póstuma no caderno de cultura. Não veria meu segundo filho. Deixaria órfã uma inocente criança. Uma jovem viúva. Uma família destroçada. Uma multidão bastante triste. Um governador envergonhado. Um prefeito desesperado. E um presidente em silêncio. Por quê? Por causa de um mosquito. Como brasileiro, tenho até pena da pobre coitada mosquito-fêmea, ávida por sangue para botar os ovinhos de sua prole. Provavelmente não teve infância e educação, muito menos oportunidades. O que não justifica ficar picando as pessoas em plena luz do dia. O lugar dela é na mata.Agora, como cidadão, fico revoltado. Juro que pago todos os meus impostos, uma fortuna. E, como resultado, depois do cafezinho, em vez de balas de caramelo, quase morro de dengue.Adoro o Rio. É a minha cidade. Moro aqui. Trabalho aqui. Defendo esta cidade. Mas a situação está ficando indefensável. Passei um dia na cidade nesta semana e três Aedes Egypti passaram por mim. Onde está a secretaria de Saúde??? Onde está a "Elite da Tropa do Mutirão Anti-Dengue "? Quem sabe até a "Tropa de Elite"! Chamem o comandante Nascimento! Está na hora de discutirmos saúde pública de verdade. Tenho certeza de que esse tipo de assalto ao contribuinte, ao cidadão, não leva mais do que 30 dias para ser extinto. Simples mosquitinhos não se teletransportam para o infinito. Passo o dia pensando em como deixar as pessoas mais felizes e como tentar fazer este país mais bacana. TV diverte e a ONG que presido tem um trabalho sério e eficiente em sua missão. Meu prazer passa pelo bem-estar coletivo, não tenho dúvidas disso. Confesso que já dormi de mosquiteiro, mas aboli. Por filosofia. Concluí que não era isso que queria para a minha cidade. Não queria assumir que estávamos vivendo em Bogotá. Errei na mosca. Bogotá melhorou muito. E nós? Bem, nós estamos chafurdados na dengue urbana e não vejo perspectiva de sairmos do atoleiro. Escrevo este texto não para colocar a revolta de alguém que perdeu a saúde, mas a indignação de alguém que de alguma forma dirigiu sua vida e sua energia para ajudar a construir um cenário mais maduro, mais profissional, mais equilibrado e justo e concluir -com 38 graus de febre na testa- que o país está em diversas frentes caminhando nessa direção, mas, de outro lado, continua mergulhado em problemas quase "infantis" para uma sociedade moderna e justa. De um lado, a pujança do Brasil. Mas, do outro, crianças morrendo de dengue nos hospitais públicos e nos bairros ricos, corruptos notórios e comprovados mantendo-se no governo. Nem Bogotá é mais aqui. Onde estão os projetos? Onde estão as políticas públicas de saúde? Onde estão os pneus cheios d'água? Não acredito que o governo não saiba. Finge não saber. Alguém consegue explicar um mosquito infestando uma casa!? Qual é a lógica disso?Estou à procura de um salvador da pátria. Pensei que poderia ser o Temporão, mas, no "Roda Vida" da última segunda-feira, descobri que ele não é nem quer ser o tal. Pensei no comandante Nascimento, mas descobri que, na verdade, "Tropa de Elite" é uma obra de ficção e que aquele na tela é o Wagner Moura, o Olavo da novela. Pensei no presidente, pensei no Cabral, no Cesar Maia, mas não sei no que eles estão pensando. Enfim, pensei, pensei, pensei. Enquanto isso, João Dória Jr. grita: "Cansei". O Lobão canta: "Peidei". Pensando, cansado ou peidando, hoje posso dizer que sou parte das estatísticas da dengue no Rio. E, se você ainda não tem um Aedes Egypti para chamar de seu, não se preocupe: a sua hora vai chegar. Desculpem o desabafo, mas, hoje amanheci um cidadão envergonhado de ser paulistano, um brasileiro humilhado por uma febre de 38º e um homem que correu o risco de não ver os seus filhos crescerem por causa de um mosquito.Isso não está certo.

Luciano Huck

sábado, 22 de março de 2008

ATE QUANDO?


Até quando vamos permitir, ou melhor, vamos tolerar certos acontecimentos que só existem no Brasil? Esse é o único país onde se premia quem deveria ser punido e puni quem deveria ser premiado.
Orlando Lovecchio Filho foi uma das vítimas da guerrilha em 1968. Na época tinha apenas 22 anos e o objetivo de se tornar piloto comercial. Mas teve seu sonho e uma das pernas dilacerada por uma bomba detonada por Diógenes Oliveira, militante do partido de esquerda, em frente à Embaixada Americana – percebe que a idiotice da luta contra os norte americanos é antiga.
Lovecchio teve de mudar seus planos. Cursou administração, montou uma empresa e entrou em falência durante o governo Collor. Recebe atualmente do INSS uma aposentadoria por invalidez de R$ 571 e todas as perspectivas de uma vida melhor jogadas no ralo.
Mas do outro lado da história, Diógenes, depois do atentado, fez curso de explosivos em Cuba, atacou quartéis e esteve envolvido no assassinato de um americano. Fugiu para a Europa e morou alguns anos na África. Ao voltar para o Brasil, se filiou ao PT – algo que não causa estranheza. O nome é familiar? Sim! Esse é o Diógenes onde aparece sua voz pedindo ao chefe de políciado Rio Grande do Sul para aliviar a repressão aos bicheiros. Após esse escândalo o partido pediu a sua saída. Mais um dos “meninos” do presidente.
Onde esta a premiação? Oras o senhor Oliveira recebe pensão vitalícia da repressão durante o governo militar. Tem um salário de R$ 1.627 e mais R$ 400.000 de pagamentos atrasados.
Pior que tudo dentro da lei. Desde 2.002, durante o governo Lula, foi aprovada a lei que garante aos anistiados políticos reparação financeira. Por mais absurdo que possa ser, não é ilegal mas é imoral.
No direito existe um termo usado que é “assumir o risco do resultado”. Assumiu o risco de ser caçado, preso e condenado pelos crimes que praticam. E isso não poderia, não deveria de forma alguma ser abonado, nem judicialmente, nem financeiramente. Outro caso que fica entalado na minha garganta é o caso Lamarca. Em 1969, o capitão Carlos Lamarca traiu seus companheiros de farda, roubou armas e munição do quartel onde servia, desertou do Exército e, a soldo de uma potência estrangeira, matou inocentes a sangue-frio com o objetivo de implantar no Brasil uma ditadura comunista. Foi morto em combate por militares que cumpriam o dever de detê-lo. Quase quarenta anos depois, o terrorista acaba de ser transformado em mártir nacional pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Lamarca foi promovido postumamente a coronel e premiado com os rendimentos de general-de-brigada. Com isso, seus familiares receberão a pensão correspondente a R$ 12.152 por mês. Além disso, a viúva e seus dois filhos embolsarão cada um uma indenização de R$ 100.000.
A comissão de Anistia do Ministério da (In) Justiça não levou em consideração as vitimas inocentes da barbaria promovida pelo ex-capitão. Torturas, seqüestros e assassinatos são algumas das atrocidades cometidas em nome de uma política esquerdista para poucos. Semana passada fiquei enojado durante o horário político gratuito do PCdoB. Fizeram descaradamente apologia à guerrilha, homenagearam os colombianos das Farc mortos em território Equatoriano. Como fazem isso usando o nosso dinheiro? Quem lhes deu a permissão de usar espaço público de TV e radio para tal crime? E o que me deixa mais indignado que se fosse eu, você ou outro cidadão comum fazendo a mesma propaganda ao terrorismo, estaríamos presos sem direito a fiança.
Estamos na contra mão do bom senso. Logo estaremos premiando traficantes como Fernandinho Beira Mar, Marcola do PCC, Marcinho VP do Comando Vermelho entre outros. Em breve será criado o “Bolsa Terrorismo” – porque não? Vale tudo para conquistar um terceiro mandato.

segunda-feira, 17 de março de 2008

VOTO

Todos nós, ricos ou pobres, brancos ou negros, independente da idade, temos nossos deveres e direitos. Mas a balança da cidadania esta quebrada há muito tempo. Nossos direitos estão sendo tolhidos, cerceados e a cada dia nos tornamos vítimas de uma classe mesquinha e improdutiva: a dos políticos! Na década de 80, mais precisamente em 1985, foi dado o direito do voto ao analfabeto – um tema que causou e ainda causa muita discussão. Os contrários ao voto dos analfabetos sustentam que a pessoa que não sabe ler e escrever não está apta a escolher seus dirigentes, constituindo-se em frágil massa a ser manobrada pelos mais letrados. O ex-ministro Carlos Maximiliano sintetizava a posição dos defensores do voto somente ao alfabetizado, afirmando que falta ao analfabeto o controle de seu voto, podendo ser conduzido a eleger quem não gostaria de ter no poder, estando sujeitos ao famoso voto de cabresto, mas talvez de uma forma mais disfarçada.
Estamos atolados em políticas assistencialistas justamente pela usurpação de políticos de índoles duvidosas, de atitudes suspeitas e vontade de permanecer eternamente no poder. Lembro que era criança quando essa lei foi aprovada. Muitas pessoas comemoravam a liberdade, o acesso às urnas. A idéia a princípio era frutuosa e jogava uma luz sobre a democracia. Mas, passados 23 anos (três anos depois teríamos a primeira eleição direta para presidente), vemos que foi uma manobra de massa e de acordos para que o curral eleitoral fosse mais numeroso. Mesmo sendo facultativo, o voto do analfabeto tem grande peso na decisão de quem governa o país ou os estados. Somos vítimas de oportunistas da nossa sensação de liberdade e pagamos o preço da escolha de pessoas despreparadas.
Há alguns anos também é facultativo o voto do menor de 16 anos. Deram a eles um dever disfarçado de direito. Como é possível escolher líderes da nação, governadores, prefeitos e não ter o direito de dirigir, por exemplo? Como escolhem os “fazedores” das leis e não são punidos pelas mesmas? Lideram atrocidades, estupram, saqueiam, matam e, vejam só, são chamados de transgressores. Sociedades evoluídas aderiram ao voto facultativo numa clara demonstração de evolução e liberdade de escolha. Estados Unidos, França e Canadá são algumas das sociedades que deixaram nas mãos dos seus povos a escolha de votar ou não justamente por terem uma educação melhor acima de tudo.
Precisamos melhorar a vida dessas pessoas para então oferecer a elas uma participação efetiva no pleito eleitoral e assim deixarmos de nos enganar com essa postura positivista que adotamos dos franceses. Como já sabemos, a educação liberta e com ela dificilmente seríamos enganados com uma carteira, pochete ou bolsa família.

INTOLERÂNCIA


O ser humano esta cada dia mais intolerânte. E não é diferente comigo e uma porção de gente que conheço.
Foi transmitido em cadeia nacional um jovem ensangüentado atropelando um segurança de um posto de gasolina. Intolerância de ambos os lados. O segurança intolerânte com um mendigo, o jovem ao ver a atitude, partiu para cima do segurança. Esse por sua vez, intolerânte em ser repreendido agrediu tanto o mendigo quanto o jovem defensor.
O motorista enfurecido por ter sido agredido, entrou no veículo e avançou em direção do segurança atropelando e causando alguns ferimentos.
Toda essa situação é a falta de perspectiva de punição, de justiça e de direito preservado. A minha intolerância é com nossos políticos.
Essa semana, como todos os dias, assisti a ineficiência do senado e da câmara dos deputados na TV Câmara. Algum dia parou para assistir pelo menos um minuto? É improdutivo por um lado, mas compensador por outro. O lado positivo é ter a possibilidade de ver quem faz o que lá dentro. Todos querem subir ao púlpito e bradar algo que cause impacto, que seja visto como alguém que se importa com a sociedade. Mas, é tudo enganação.
Fiquei assistindo o festival de engodo durante meia hora, mais que isso é praticamente uma tortura. Vi a senadora “sanguessuga” Serys Slhessarenko homenageando o povo mato-grossense – não que não mereçam – mas a homenagem poderia vir em atitudes, em leis, mudança legislativas que beneficiariam não só o mato-grossense e sim o povo brasileiro. Usam o púlpito como se fosse palanque em campanha eleitoral. Um fala e dezenas ignoram. E olha que aprendemos logo no primeiro ano básico que, quando um fala o outro escuta, ou baixa a orelha. E não é isso que assistimos na TV Câmara. Se o desrespeito entre seus pares já é tamanha, imagina com toda a sociedade que colocou cada um desses políticos corruptos e mal intencionados nas duas casas legisladoras.
É uma reação em cadeia! Má utilização do tempo nos púlpitos para a promoção pessoal, deixam de votar assuntos importantes e destrancar pautas que consomem o dinheiro público em sessões extras no final de ano. Somos obrigados a pagar estadia, horas extras e sem esquecer os cartões corporativos desses políticos inertes.
Apesar de não justificar, explica-se a intolerância de toda a sociedade. Desconta-se no próximo o que os eleitos fazem com os eleitores.

segunda-feira, 10 de março de 2008

O FILHO É NOSSO

(FOTO SEBASTIAO SALGADO)

"Filho nosso". Essa foi à definição que Lula usou na última participação do Foro São Paulo. Para quem ainda não ouviu falar de tal Foro eu explico. Segundo o Wikipédia, o Foro de São Paulo (FSP) é o nome genérico de um encontro bianual de partidos políticos e organizações sociais de esquerda e nacionalista da América Latina e do Caribe. Esse encontro realizou-se pela primeira vez na cidade de São Paulo - de onde tomou seu nome - em 1990, e que volta a se reunir a cada dois anos em locais distintos. O congresso tem o propósito, segundo declaram seus líderes, de discutir alternativas populares e democráticas às políticas neoliberais dominantes na América Latina dos anos 1990. Declaram também ter o objetivo de promover a integração econômica, política e cultural da região. Participam da organização desde partidos políticos com atuação em processos eleitorais regulares até organizações não-governamentais e representantes de movimentos de esquerda armados - guerrilhas. Guerrilhas como as Farc. O Foro São Paulo teve a participação de Lula e Garcia em sua fundação.No auge da crise deflagrada na fronteira do Equador com a Colômbia e Venezuela, enquanto o governo brasileiro se empenhava para baixar os ânimos, o assessor Marco Aurélio "top top" Garcia - acredite, se esforçava para colocar mais lenha nessa fogueira em uma entrevista concedida ao jornal francês Le Figaro. Garcia elogiou a atitude de envio de tropas militares para a fronteira por parte da Venezuela e Equador. Não classifica as Farc como terrorista e tem posição neutra em relação a ela e cobrou mais desculpas de Uribe pela invasão ao território equatoriano.Engana-se quem pensa que essa é uma postura isolada de Marco Aurelio Garcia. É, sim, uma postura assumida a muito tempo pelo presidente Lula. Uma posição ambígua e pragmática. Lula não deixa de ficar em cima do muro, fazendo graça para uma platéia nacionalista, chavista, castrista e totalmente simpática à narcoguerrilha.Seria um exagero falar que o Foro São Paulo dita a regra na America do Sul, mas o fato é que dita muitas atitudes tomadas por parte, e porque não, no todo por governos de esquerda.
Um foro que está longe de definir as diretrizes da nossa política externa e perdeu seu sentido original, que era ostentar o regime castrista enquanto caía o muro de Berlim e ruía a União Soviética.A relação de Lula com o Foro é mais uma mostra da duplicidade de orientação tipicamente brasileira que tem em suas raízes uma série de omissões vergonhosas da parte do governo petista. Por causa dessa política e da simpatia do lulismo, condenam-se sequestros e assassinatos praticados pelas Farc, mas não assumem que a organização é ilegal e criminosa.

quarta-feira, 5 de março de 2008

QUEM ESTA ERRADO?


Estamos vivendo uma semana difícil na América do Sul. O Equador acusando a Colômbia de ter invadido seu território, a Venezuela com o dedo em riste na cara do país vizinho dizendo que se fizer o mesmo será declarado guerra.
Mobilizações de tropas militares nas fronteiras de dois dos três países envolvidos. A Colômbia, muito sensata, não fez o mesmo - não saberíamos o resultado dessa atitude se a tivesse feio. Os ânimos estavam exaltados e todos com seus argumentos na ponta da língua para justificar um conflito armado.
Mas o que ninguém se atentou é por qual motivo houve a invasão no território equatoriano? Oras, para interceptar parte de uma força que seqüestra, trafica, mata e extorque livre dos tribunais colombianos. Praticam todo tipo de crime contra a sociedade e não só colombiana e sim em todo o mundo com o envio de drogas. Drogas que abastecem as grandes cidades brasileiras, tornando-as inabitáveis. Estou usando apenas um exemplo, apenas um braço das práticas ilegais das Farc.
E porque tanto barulho por uma atitude, que no ponto de vista social, esta certo? Porque o presidente venezuelano Hugo Chaves foi logo se armando e endurecendo o indicador, ameaçando uma guerra caso isso ocorra em seu território? Porque Rafael Corrêa, presidente do Equador, se sentiu tão ofendido e invadido?
As respostas estão nos documentos encontrados com Raúl Reyes, considerado o número dois no comando das FarC e morto semana passada junto com outros 20 subalternos. Foram divulgados pelo governo colombiano fotos e comprovantes de empréstimos de Chaves a Força Revolucionaria. No total é mais de R$ 500 milhões de reais para financiar a barbárie, caos, medo e meios de abalar o governo de Uribe, um desafeto do presidente venezuelano.
Todo esse barulho, essa sensação falsa de ter sido invadido, traído é apenas para distrair do objetivo principal. Porque tudo indica que exite apoio de Chaves e de Correa às Farc. Acusam a Colômbia de ter desrespeitado o tratado de Geneva, onde é crime a invasão de territórios, mas também é crime financiar, apoiar e acobertar criminosos, homicidas, traficantes e seqüestradores em seu país.
Fico imaginando se realmente resultar em um conflito armado entre Colômbia, Equador e Venezuela, qual seria a posição do Brasil? Melhor, qual seria a posição do presidente Lula? Todos nós sabemos da simpatia que Lula tem por Chaves, mas sabemos também que os Estados Unidos apoiou totalmente a atitude da Colômbia. Sabemos que Chaves provoca constantemente os americanos.
Minha imaginação viaja e me delicio com a imagem do Lula sendo pressionado a ter que assumir um lado desse conflito imaginário. Vai prevalecer a razão ou o “companheirismo”?

segunda-feira, 3 de março de 2008

SOMENTE POR DEUS


Hoje não vou bater somente na cara da política brasileira. Vou esbofetear também a igreja católica. Já antecipo minhas desculpas a quem é católico, mas não da para assistir a igreja dando seus “pitacos” retrógrados aos acontecimentos que beneficiariam toda a sociedade.
Desde 2005 quando o congresso aprovou a lei de biossegurança, a Procuradoria-Geral da União proibiu o uso de células-tronco embrionárias. Proibição que veio através da pressão que a igreja católica fez usando os fieis e o pretexto que seria um incentivo ao aborto – algo que acho que deveria ser legalizado – mas isso é assunto para outra postagem.
Esta semana o Supremo Tribunal Federal dará a palavra final sobre o uso dos embriões. Mas, mais uma vez, os religiosos entraram com uma campanha que contraria as pesquisas, alegando proteção à vida.
Antes de colocar minhas criticas e opiniões, vou esclarecer usando as declarações da bióloga Mayara Zatz, uma das maiores especialistas no assunto, a diferença entre célula-tronco embrionária e a utilização de embriões. A pesquisa usará justamente aqueles embriões que serão descartados nas clinicas de inseminação artificial e que jamais serão utilizados em alguma mulher; são embriões in-vitro e em momento algum serão utilizados fetos de qualquer tipo de aborto.
Primeiramente, não há utilidade para células adultas, independe do tempo de gestação. A igreja católica alega que esses embriões já são seres vivos. Contestável. Há um consenso entre as autoridades de saúde de que a vida termina quando não há atividade neurológica (morte cerebral) - quando o cérebro pára, a pessoa é declarada morta. Então podemos aceitar que esses embriões também não estão vivos, porque somente na décima quinta semana será formado o sistema neurológico.
Ainda segundo Zatz, deputados e senadores tiveram aulas de biologia antes da aprovação da lei de biossegurança. Antes das aulas, 80% dos senadores e 95% dos deputados reprovaram a lei, mas, depois de obter conhecimento cientifico, a aprovação foi de 90% entre senadores e 85% dos deputados. Se a intenção da igreja católica é proteger a vida, concordo plenamente. Mas protejam quem já está vivo. Pessoas que por algum motivo – acidente de carro, assalto, bala perdida ou acidente de trabalho – estão presas em cadeiras de rodas, pessoas que estão morrendo aos poucos com algum tipo de câncer, pessoas que estão rezando (olha a ironia), rezando a Deus para que seja aprovada a retomada das pesquisas e assim possam ter um fio de esperança de algum dia retomar suas vidas, retomar suas rotinas, inclusive ir à igreja, agradecer a Deus por mais uma oportunidade.