sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Novo Blog

Fala Galera! Agradeço antes de mais nada os acessos que tive nesse blog. Mas, amadureci e percebi que pode ser levado mais a sério o que começou como um desabafo. Então, estou mudando o nome desse blog... acesse www.alexandregomesnaweb.blogspot.com

abraço a todos

sábado, 22 de novembro de 2008

QUANTO VALE A ARROBA?

O ministro da Justiça Tarso Genro tem a sindrome do marido traído. Não por ser o último a saber, e sim, por queimar o sofá ao flagrar a esposa com o amante no mesmo. Falo isso por saber dos rumos que tomaram as investigações da Operação Satiagraha. Inclusive com a punição do delegado federal Protógenes de Queiroz - é aqui que cabe a frase inicial. A cada dia que passa nos surpreendemos com o comportamento de cada brasileiro e dos criminosos brasileiros. Parecem personagens de um interminável seriado mexicano. Mudam os montantes dos assaltos, mudam os ambientes e os truques, mas a história é a mesma: lucros fabulosos com operações altamente sofisticadas, sempre ilegais.
Chamá-los de incorrigíveis é reduzir esta persistência a uma compulsão pela imoralidade. Seria uma forma de minimizar o fenômeno e retirar dele o aspecto sistêmico, institucional e impunitivo.
Os trambiques de Naji Nahas já têm quase duas décadas, Daniel Dantas protagoniza o noticiário dos escândalos há três lustros e o novato Celso Pitta enrosca-se em negócios escusos há quase oito. E nosso ministro preocupa-se com o trabalho - sério e profissional - do delegado que tenta apenas cumprir suas funções.

A culpa pela impunidade não é da imprensa, mesmo se quisesse não poderia acompanhar todos os escândalos simultaneamente. O que é divulgado é apenas uma pequena parcela do que eles - os parlamentares e empreiteiros - roubam dos cofres públicos. É divulgado na mídia porque alguém delata. Mas não se iluda achando que o delator é um cidadão de bem, com boas intenções para melhorar nosso país e defender seus direitos. Não! O delator entrega porque não participou da partilha do roubo, do golpe contra o dinheiro público e então se torna um delator insatisfeito, magoado e vingativo.

As sucessivas reprises e repetecos têm causas bem definidas: a lentidão da Justiça, que leva uma eternidade para dizer quem é inocente e quem é culpado, e a fascinação de grupos próximos ao poder pelos "gênios" políticos e financeiros que se infiltram nos gabinetes com idéias mirabolantes.
É preciso não esquecer que o mensalão, onde começou o novo capítulo da biografia de Daniel Dantas, foi criado por outro gênio, o lobista Marcos Valério, por sua vez estimulado pelos gênios que pretendiam criar num passe de mágica uma maioria no Congresso. Escândalo que foi parar em algum freezer petista no fundo de uma garagem parlamentar.
O escândalo da Varig resultou da preguiça das autoridades em encontrar uma solução rigorosa e honesta para salvar a companhia aérea. No maior acidente aéreo do país, o voo da TAM que caiu em São Paulo, procura-se uma forma de enquadrar os incompetentes ao codigo penal. Simples! 199 homicídio doloso. Ponto!

Zuleido Veras, o dono da Gautama, inventou um nome místico para uma fabulosa engenharia sem obras com o apoio dos "Partícipes Trambiqueiros".
Atrás de cada escândalo há um fraudador brilhante, criativo e um séquito de advogados, executivos e políticos fascinados pela facilidade em embolsar indevidamente grandes quantias.
A imprensa só tem uma culpa: a de não conseguir trazer aos olhos de todos, todas as falcatruas, conchavos, acertos ilicitos que nossos parlamentares, na calada da noite, nos becos úmidos aos cochichos se organizam. Como um dia cantou Zé Ramalho:


.
"Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal..."
.

Somos negociados como gado e assim, calados, conformados, vamos morrendo aos montes.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

ANOS DE CHUMBO

Quem tem menos de 30 anos não viveu os piores anos da nossa história. Saberão apenas pelos livros ou nas rodas de familiares o que foi a Ditadura militar no Brasil. Os anos de chumbo, assim foi chamado pela impresa, o periodo de maior censura as informações e de menor liberdade política na história desse país.
Dezoito milhões de eleitores brasileiros sofreram das restrições impostas por aqueles que assumiram o poder, ignorando e cancelando a validade da Constituição Brasileira, criando através de Atos Instituionais, 17 ao todo, um Estado de exceção, suspendendo a democracia.
Os anos de chumbo foram o período mais repressivo da ditadura militar no Brasil, estendendo-se basicamente do fim de 1968 quando o Presidente da República General Costa e Silva promulgava o Ato Institucional número 5, o maior instrumento de arbítrio até então utilizado na história da República, cujo resultado prático foi a suspensão de liberdades individuais, intervenção no judiciário, cassação de mandatos e o fechamento do Congresso por tempo indeterminado.
Foram, provavelmente, os anos de maior progresso econômico da história recente do país, apesar do avanço da inflação que ocasionava o aumento da pobreza e da grande desigualdade social, além do elevado grau de repressão política.
Foi no meio desse cenário que surgiu em 26 de abril de 1965 uma emissora, que se tornaria a maior rede de televisão no Brasil e a quarta do mundo. Os Diários Associados, que faziam campanha contra a presença de capital estrangeiro na mídia brasileira, denunciaram a existência de um acordo entre Roberto Marinho e o grupo Time-Life, que detinha alguns dos maiores veículos de comunicação do mundo.Após diferenças entre Marinho e o governador Carlos Lacerda, este mandou prender norte-americanos e cubanos que trabalhavam na TV Globo como representantes do Time-Life.
A Globo foi criada um ano depois do golpe militar que mergulharia o País nas trevas por 20 anos. A família Marinho sempre ficou do lado do governo - independentemente de quem fosse o partido - era sempre situação.
Um dos instrumentos que utilizou para apoiar a ditadura foi o jornalismo. Enquanto milhares eram torturados e morriam nos porões da Ditadura, os jornais televisivos da Globo mostravam um País tranqüilo e ordeiro.
As novelas mostravam um povo alegre, feliz, preocupado apenas com desilusões amorosas e dramas familiares. Os programas de auditório – um dos assuntos que abordaremos mais adiante - e as transmissões de futebol também ajudavam a criar esse clima.
Preparada para ficar ao lado do poder, a empresa mudou suas táticas à medida que mudavam as condições políticas do País. Vendo o fim da ditadura militar, devido o crescimento do neoliberalismo, adotou a candidatura da oposição burguesa nas eleições indiretas disputadas no Colégio Eleitoral. Sabia que esta seria uma saída segura frente ao crescimento do movimento popular, cujas maiores expressões eram o Partido dos Trabalhadores (PT) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) que se formavam no ABC paulista.
Um das grandes ferramentas da ditadura, foi os programas de documentários do Amaral Netto e o de auditório de Flávio Cavalcanti. Esse, com seus gestos agressivos e expressões faciais, quebrando discos das músicas que não agradava ou aplaudindo empolgadíssimo os artistas preferidos, foi conquistando os telespectadores e se tornando uma figura influente na aprovação e aceitação da ditadura.
Flávio Cavalcante era a favor dos armísticos no poder para a manutenção da moral e dos bons costumes. O apresentador mais importante da extinta Manchete, mostrava imensas obras de engenharia, um país realmente em crescimento exponencial, era a época do Brasil Grande, Milagre Brasileiro ou o Milagre Econômico. Grandes obras, como a ponte Rio-Niterói e um dos exemplos de obras faraônicas.
Amaral Netto era um concorrente direto na audiência com Cavalcante. As organizações Globo investiam em Netto oferecendo horário nobre para exaltar as façanhas militares em tom de samba-canção. Façanhas como a hidrelétrica de Itaipu ou a rodovia Transamazônica. Amaral culpava os “comunas” sobre a paralização das obras no empreendimento na Amazônia.
Os militares pressionavam sempre a emissora quando havia mudança na grade dos programas e principalmente no horário de Amaral Netto. O apresentador tinha conexão direta com o presidente e com os ministros militares e eles falavam diretamente com o Roberto Marinho que voltava o programa para o horário de melhor audiência.
Em 1980, Lula é preso por João Figueiredo – seria o último presidente militar - e a partir desse momento, os empregados que ainda eram contra Luís Inácio, passam a apoiar o movimento das Diretas Já.
Começam pressões em toda parte do país para eleger diretamente o presidente e parlamentares que só viriam uma década depois.
Não podemos deixar de mencionar a manobra nas eleições de 1989. Finalmente acontecia as primeiras eleições – ainda que indireta - para presidente e assim foi eleito Tancredo Neves que não assume a presidência e morre alguns dias antes da posse. Somente nas próximas eleições que seria realizado a primeira eleição direta entre Fernando Collor, que surgiu como alternativa para burguesia e Luís Inácio da Silva, representando a classe pobre. A Globo, mais uma vez, vendeu a imagem de Collor como um campeão do combate à corrupção. O caçador de marajás como ficou conhecido e era o slogan de sua campanha. Mesmo assim, Lula, candidato do PT e apoiado pela CUT, foi para o 2º turno das eleições. Nesse momento, a Globo entrou com tudo. Fez uma enorme campanha de terrorismo e calúnias contra o candidato popular e manobrou as edições dos debates entre os candidatos favorecendo e elegendo Collor. A partir de então, é dado início as grandes transformações na sociedade e a aceitação do neoliberalismo no País. Momento de glória para a Globo e para dezenas de políticos gatunarem os cofres públicos. Insatisfeito com o pedaço da fatia, Roberto Marinho começa o projeto de tirar o presidente Collor do poder. Com denúncias de corrupção sendo transmitida nos principais telejornais da emissora, influenciando a opinião pública, manipulou a sociedade e exibia as manifestações contra Fernando Collor. Ele caiu, mas o neoliberalismo e a Rede Globo ficaram.

30 ANOS SEM VLADO

Exitem coisas que só valem uma vez. A segunda, geralmente é decepcionante. Filmes por exemplo. As continuações são frustrantes. É justamente isso o que aconteceu na Praça da Sé, na Catedral de São Paulo, no dia 23 de outubro, um domingo cinzento e chuvoso, no ato de homenagem aos 30 anos do assassinato de Vladimir Herzog por agentes da ditadura de 64 e pela paz. Para quem já leu a história de Herzog, conhece o cenário naquela sexta-feira, 31 de outubro 1978. São Paulo estava inquieta e cheia de disse-me-disse e ameaças. Falava-se do ato público na Catedral meio que no boca-a-boca, sobre uma possível invasão policial da praça para impedir e prender todos que estivessem no local. Mesmo assim, com a cidade sitiada, muita gente foi a Praça - 8 mil pessoas, segundo vários livros. Existe uma frase popular - e verdadeira - muito conhecida, "a história quando se repete é como farsa". Essa foi a sensação de muitos que participaram do primeiro movimento e que compareceram na Praça trinta anos depois. Políticos de tudo quanto é legenda - PT, PMDB, RDB, CDB - e por ai vai. Aproveitadores usando um ato histórico de grande importância para nossa sociedade para bancar de bom moço com intenções no pleito municipal. Mas a entrega do prêmio foi bem diferente. Noite de primavera paulistana. Céu limpo, temperatura amena e um leve sopro de vento. Esse é o cenário que testemunha mais uma entrega do prêmio Vladimir Herzog no teatro da PUC – TUCA. Cheguei em cima da hora para pegar os jornalistas de nome e renome para uma entrevista. Não seria a primeira, mas sim uma das mais importantes entrevista até o momento na minha carreira estudantil.

Na entrada do TUCA encontrei o jornalista Ricardo Kotsho. Paulista de 60 anos, quarenta deles dedicado ao jornalismo. Dono de um estilo inconfundível e mestre na arte maior da sua profissão — a reportagem. Em suas andanças como jornalista, Kotscho viajou o país todo, sempre ajudando a contar a história recente do Brasil. No nordeste cobriu o desastre aéreo que matou o ex-presidente Castello Branco, em 1967. Na capital paulista, cobriu o traumático incêndio do edifício Andraus, em 1972. Já no planalto, investigou as mordomias de que gozavam superfuncionários, na série de matérias que o projetou como jornalista, em 1976, e lhe rendeu o primeiro prêmio Esso – Kotsho possui três desses. Sua participação ativa na campanha das Diretas, em 1984 também não poderia deixar de ser lembrada. Sempre atuante, Ricardo Kotscho foi um dos indicados ao prêmio Vladimir Herzog. Numa conversa descontraída, falou que não esperava receber a indicação muito menos o prêmio. “É legal porque não é um prêmio que você se inscreve” declara o jornalista. “Parece que ganhou na loteria sem ter comprado o bilhete, sem ter jogado, entende?” conclui Koscho. O jornalista ainda completa dizendo que fica contente em saber que a votação do prêmio é feita pelos colegas de profissão e é isso que faz toda a diferença em receber algo assim. Com uma votação criteriosa onde mais de quinhentos jornalistas votam para decidir quem leva o cobiçado troféu, não pelo valor material, mas sim pelo valor simbólico que o emprega. Esse foi o 30° prêmio Vladimir Herzog. E de todos que Ricardo Koscho já presenciou, declara que não se lembrar das matérias, mas não esquece que foram em 1981 e 1983, edições onde o jornalista foi premiado. Exerceu a profissão no período mais negro da nossa história brasileira. Afirma que nunca foi ameaçado de morte por causa das suas idéias e matérias. “Não, nunca sofri ameaças. Eu sempre fui muito cagão, medroso e isso foi bom, porque me manteve longe dos conflitos diretos (risos)” declara o jornalista. Mesmo não recebendo ameaças, Koscho foi orientado a morar fora por um tempo. Foi para Alemanha depois de denunciar a morte de um operário. “Depois de escrever uma matéria denunciando a morte do líder operário Manuel Fiel Filho, alias, a morte dele era semelhante a do Herzog. Então, sai do Brasil por um tempo e continuei ajudando a denunciar os crimes aqui no país.” Afirma Ricardo. O movimento de pessoas entrando no TUCA era grande e lá dentro já iniciava a cerimônia ao som do Hino Nacional em ritmo de samba. Foram feitas homenagens aos jornalistas já falecidos, casos de Perseu Abramo e Lourenço Diaféria – este morto em setembro deste ano - antecedendo a entrega dos troféus aos premiados em nove categorias. Além do 30º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, o Sindicato também promoveu o 4º Prêmio Vladimir Herzog de Novos Talentos, voltado para estudantes de Jornalismo de São Paulo. Houve homenagem à família Teles pela vitória na ação que obriga o Estado a responsabilizar o comandante do DOI CODI de São Paulo entre 1970 e 1974, coronel reformado do Exército, Carlos Alberto Brilhante Ustra, pela série de torturas a que membros da família foram submetidos. Um momento marcante é a critica do Ministro Vanucchi sobre a posição da Advocacia Geral da União e colocou publicamente a sua posição a respeito da responsabilização dos crimes de tortura durante a ditadura militar. “Nosso Governo, por determinação do próprio presidente Lula, tem desenvolvido uma série de ações voltadas para o direito à memória e à verdade. E a manifestação jurídica da Advocacia Geral da União, sem desqualificar ou condenar sua atribuição que é defender a União, evidentemente produziu uma peça que tem uma manifestação de posições que são inaceitáveis para os direitos humanos, que colidem com a posição minha, com a posição do Ministério da Justiça, de vários outros ministérios.”, argumentou.“Vou levar ao presidente a idéia de que isso tem de ser superado, com a unificação de uma posição clara.” afirmou. “Quando a AGU tiver de fazer uma manifestação como essa, não pode adiantar pontos de vista, como dizer que a tortura é crime prescritivo, porque o Governo não tem posição sobre isso.”, concluiu o ministro. Outro momento de comoção foi a chegada de Clarice Herzog no teatro. Aplaudida desde a entrada até o momento que se sentou para assistir, mais uma vez, a homenagem a seu companheiro do passado. Atenta a tudo sempre calada, ficou difícil de decifrar o que se passava no pensamento daquela mulher depois de 30 anos de um crime covarde.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Urna Segura? Até que ponto?



Recentemente, todos nós, ricos ou pobres, brancos ou negros, com idade acima de 18 anos, fomos exercer nosso dever e direito civico. Votar! Não quero falar do politico somente, mas falar do sistema eleitoral em nosso país. Considerado o mais moderno do mundo e nos vendem que é inimaginavel qualquer tipo de fraude. Sera? Recentemente, a ONG americana Black Box Voting publicou o relatório do especialista Harri Hursti sobre os Testes de Penetração que realizou nas urnas eletrônicas fabricadas pela empresa Diebold o qual reforça a análise do Fórum do Voto Seguro. Em 2006, o Eng. Amilcar Brunazo Filho, Diretor Técnico da TD Tecnologia Digital Ltda, já alertava sobre possiveis falhas neste atual sistema eleitoral."A conclusão básica destes relatórios é que existem falhas de segurança nos projetos e construção das máquinas de votar americana-canadenses da Diebold que permitem que o programa de votação possa ser adulterado para modificar o resultado da apuração dos votos." afirma Brunazo.O jornal baiano A TARDE publicou em 4 de junho de 2006, uma matéria sobre o acontecido nas eleições de 2002 na cidade de Salvador: o desaparecimento de 8.000 (oito mil) cartões de programação de urnas eletrônicas, que colocaram em risco a segurança do pleito na Bahia. Este montante corresponde a 24% do eleitorado daquele estado e o fato foi totalmente omitido na ocasião.Nada impede que o mesmo tenha acontecido em outras cidades. Nada impede que venha a se repetir nas eleições de 2008. Isso é só uma amostra que a balança da cidadania esta quebrada há muito tempo. Nossos direitos estão sendo tolhidos, cerceados e a cada dia nos tornamos vítimas de uma classe mesquinha e improdutiva: a dos políticos! Na década de 80, mais precisamente em 1985, foi dado o direito do voto ao analfabeto – um tema que causou e ainda causa muita discussão. Os contrários ao voto dos analfabetos sustentam que a pessoa que não sabe ler e escrever não está apta a escolher seus dirigentes, constituindo-se em frágil massa a ser manobrada pelos mais letrados. Afirmam que falta ao analfabeto o controle de seu voto, podendo ser conduzido a eleger quem não gostaria de ter no poder, estando sujeitos ao famoso voto de cabresto, mas talvez de uma forma mais disfarçada.Estamos atolados em políticas assistencialistas justamente pela usurpação de políticos de índoles duvidosas, de atitudes suspeitas e vontade de permanecer eternamente no poder. Mesmo sendo facultativo, o voto do analfabeto tem grande peso na decisão de quem governa o país ou os estados. Somos vítimas de oportunistas da nossa sensação de liberdade e pagamos o preço da escolha de pessoas despreparadas.
Há alguns anos também é facultativo o voto do menor de 16 anos. Como escolhem os "fazedores" das leis e não são punidos pelas mesmas? Lideram atrocidades, estupram, saqueiam, matam e, vejam só, são chamados de transgressores. Sociedades evoluídas aderiram ao voto facultativo numa clara demonstração de evolução e liberdade de escolha e continuam a se utilizarem do voto tradicional, no papel. Precisamos melhorar a vida dessas pessoas para então oferecer a elas uma participação efetiva no pleito eleitoral e assim deixarmos de nos enganar com essa postura positivista que adotamos dos franceses. Como já sabemos, a educação liberta e com ela dificilmente seríamos enganados com uma carteira, pochete ou bolsa família.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

São crianças como você


Criei esse blog para poder falar das vergonhas que assolam nosso país. Falar dos crimes cometidos por pessoas que nos representam nas assembléias, câmaras e no palácio do planalto. Mas em datas comemorativas eu abro uma exceção.

O Dia dos Pais está chegando e festejar a existência da figura paterna nunca saiu de moda. Mas a fixação de uma data para homenagear o pai começou há um século, aproximadamente. A idéia partiu de uma senhora chamada Louise Smart Dodd, que tinha o desejo de ter um dia especial para homenagear o pai, Willian Smart.

Willian tinha vários motivos para ser homenageado. Veterano da Guerra Civil Americana, perdeu a esposa e teve que criar sozinho seis filhos pequenos numa fazenda com o suor do seu trabalho.

Nesses cem anos, nossa sociedade passou por grandes transformações. Recebemos dos pais sessentistas uma rica herança. Claro que têm suas falhas, suas limitações. Mas podemos contar muito mais pontos positivos do que os negativos.

Só nos últimos cinqüenta, vimos o Brasil dominar o futebol e ser campeão cinco vezes. Mas vimos também a ditadura tomar posse do nosso país como se fosse o quintal de sua casa.

Eram jovens bem diferentes, lutando para tirar da boca a mordaça e gritar bem alto “liberdade”. Mas viram calados o jornalista Vladimir Herzog ser enforcado e cair na frente dos seus algozes. Por outro lado, sabemos que a tentativa de calar a razão foi em vão ao ver nascer um símbolo da luta contra a repressão.

Nesses últimos cinqüenta anos, a arte brasileira, vaidosa como sempre, mostrou sua face mais delicada e assim surgiu o tropicalismo com Caetano e Gilberto Gil – esse eu prefiro cantando que “politizando”. Tom, Vinicius e João Gilberto com um banquinho e seu violão e assim fizeram surgir a Bossa Nova.

Mulheres queimaram sutiãs em praça publica dizendo “BASTA” de repressão sexual com o surgimento da pílula anticoncepcional que trouxe junto a liberdade sexual que todos nós desfrutamos.

Hoje esses “jovens”, são pais cinqüentões, sessentões que tiveram seus filhos no auge das transformações que, acreditavam, mudaria o nosso país. Eram jovens com força de vontade, com determinação. Um pouco despreparados, mas com sede de mudanças.

E nós, jovens ou futuros pais? O que vamos deixar de herança para nossos filhos? Alguns ainda são crianças, bebês ou nem nasceram. Qual o futuro, que nós, futuros pais, deixaremos?

Olho para a minha geração e vejo que estamos passando pela história sem acrescentar nenhuma linha. Ligamos a TV e vemos garotas de todo tipo de fruta. O talento? Um belo bumbum, grande e rebolativo.

Nossas músicas se resumem em uma única palavra: “creu!”. E assim se faz sucesso nesse mundo alienado e permissivo. Os pais de hoje deixaram de ser alicerces das famílias e passaram a ser o estorvo. Drogas, álcool e todo tipo de alucinógenos para fugir de uma realidade sofrida em cada favela ou comunidade, como muitas ONGs gostam de usar.

Somos roubados a todo instante pela casta política que furta nosso direito à saúde, educação, moradia e, com isso, tiram a nossa cidadania. Mas, não nos preocupamos e na próxima eleição votamos rapidamente para voltar logo para casa e aproveitar o almoço de domingo.

Cobrança mesmo só no futebol. Juntam-se dezenas de torcedores insatisfeitos – pais ou futuros pais – e partem para os sopapos com jogadores cobrando mais disposição.

Invertemos os valores e nem sabemos para onde estamos sendo levados.

Qual o caminho? A resposta esta dentro de cada um quando deseja um mundo melhor para o seu próprio filho.


domingo, 20 de julho de 2008

CHEGA DE PASSEATA!


O mundo vive com medo e apreensivo. Ir à escola, faculdade, trabalho e até mesmo namorar tornou-se uma incógnita. Em algumas metrópoles uma aventura digna de qualquer filme de ação hollywoodiano. Em outras, uma epopéia. No Rio de Janeiro e São Paulo, suspense.
Emoções é o que não faltam. Sirenes, correrias de policiais e marginais e claro, bala zunindo para todo quanto é lado. Alguns chamam de bala perdida. Eu a chamo de bala “encontrada”.
Não da mais para ficar alheio a tudo e dar de ombros. Não adianta mais grades nas janelas e o nosso toque de recolher. Sim! Nós, pessoas comuns, temos horário para nos enfiarmos em casa e amedrontados rezando para que nenhum delinqüente – mesmo “de menor” – invada nossos lares e faça barbaridades com as pessoas que amamos.
Nesses últimos anos, os noticiários tornaram-se mais desumanos. Nas TVs pipocaram programas policiais mostrando os detalhes de cada crime cometido. Contamos aterrorizadas, as vítimas nos trens de Madri, inocentes em Beslan e a insensatez em Bagdá. São Paulo parou com os ataques do PCC e ainda nos damos o privilegio de chorar os mortos no Líbano. No Rio de Janeiro a atrocidade tomou forma e virou novela nos telejornais quando o menino João Helio foi arrastado pelas ruas da capital fluminense. E mesmo depois de tanto tempo, continuamos contabilizando nomes de vitimas de guerra civil não declarada.
Até quando vamos aceitar passivamente esse massacre de pessoas do bem? Para alguns utópicos, basta vestir camiseta branca, algumas faixas escrito “BASTA!” que tudo ira se resolver.
Odeio passeata! Odeio flores colocadas em praias! Odeio pessoas fazendo a figura de uma pomba com as mãos! Odeio ver uma multidão soltando balões vermelhos simbolizando os mortos! Odeio ver o quanto estão fazendo de idiota uma sociedade inteira.
ONG’s bancadas pelo governo - veja até que ponto chegamos - deveriam ter um papel melhor na sociedade ao invés de usar a paz como fachada. Tem a obrigação de conscientizar cada cidadão a votar decentemente.
Chega de enganar o ser humano fazendo acreditar que parar o trânsito da Avenida Paulista aqui em São Paulo ou Avenida Brasil no Rio de Janeiro, irão sensibilizar nossos governantes e assim, forçarão a todos a sentarem apressados em torno da constituição para mudar regras e leis. Engano!
Há alguns anos, vemos na mídia a afirmação de que “o desarmamento diminui a violência”. Trata-se de um embuste, de uma expressão de pau, empurrada goela abaixo em toda a população brasileira que redundou na aprovação de uma criminosa e ineficiente Lei federal, que restringe ao máximo o uso de arma de fogo. Criminosa, porque expõe as pessoas de bem, desarmadas, à sanha dos bandidos. Ineficiente, porque não consegue desarmar os bandidos, pelo contrário, incentiva-os ao crime, por não haver, teoricamente, resistência da população que não pode mais se defender com uma arma na mão, nem dentro de casa. Não é a arma de fogo, em si, que mata alguém. É o ser humano, que tanto pode matar com uma pistola, uma faca, um porrete, com qualquer coisa que tiver às mãos, inclusive estrangular alguém com os próprios dedos.
Em 1990, a cidade de Nova York nos Estados Unidos, tinha um dos índices de criminalidade mais alto de todos os estados americanos. A população mudou o modo de votar e passou a eleger políticos com características semelhantes, com propostas de segurança semelhantes e assim foi criado o “tolerância zero”. Em pouco menos de 10 anos, Nova York se tornou a cidade mais segura de toda a América do Norte. Perceberam? Não foram passeatas e muito menos flores nas areias de uma praia famosa que mudou o quadro da criminalidade. E sim, a participação de todos para o único objetivo. Reduzir a criminalidade