terça-feira, 1 de abril de 2008

CAMINHO PERDIDO


É impressionante como o ser humano é ambíguo. Certo e errado, amor e ódio, sentimentos e ações que ao longo da vida irão formar mais um homem ou mulher com definições de valores que podem ser para o bem ou para o mal. A morte de uma menina de cinco anos jogada da janela de um apartamento do sexto andar na zona norte da capital paulista levanta, mais uma vez, os valores com o próximo. Filho com o pai, o irmão com a irmã, o marido com a mulher. Pessoas da prórpia família e que deveríam proteger, são arremessadas como se fossem objetos inanimados. Eu sei, nada foi provado contra o casal que tinha a guarda da menor naquele final de semana. Mas relembremos outros casos semelhantes. Suzane Richtofen, assassinou os pais enquanto dormiam e hoje cumpre pena em regime fechado. Gil Rugai, seminarista, matou pai e madrasta à bala e atualmente aguarda o julgamento em liberdade. Muita água e investigação irão passar por baixo dessa ponte trazendo a tona muitos podres do casal suspeito do crime. Estamos vivendo em uma época que crime virou moda. Ninguém se abala quando descobre um parente ou amigos envolvidos com ou como traficante ou assaltante. Tudo é permitido! A ambigüidade é tão grande, que o povo sempre fica em cima do muro, se dividem entre o tráfico e esses pequenos exércitos, conhecidos como mílicas, que surgem como pipocas nas regiões carentes da América do Sul. Há uma diferença entre as milícias brasileiras e as colombianas por exemplo. Lá atuam na selva, aqui, dentro das grandes cidades transformando-as em selva. Pequenos estados ilegais substituindo o Estado de direito que não consegue impor a legalidade. Uma selvageria previsível há décadas. Na cultura brasileira, acredita-se que seguir a lei é ser trouxa, uma cidadânia egoísta em que a lei só vale em seu beneficio. Sem mencionar as práticas de transgressões como jogar o papel no chão em vias públicas, estacionar em cima da calçada, passar o farol vermelho - isso vale para a madrugada, porque ficar ali esperando o assaltante é querer muito - sem esquecer o oferecimento de propina. Tudo isso enfraquece a lei que depois e invocada para proteger seus direitos. Atitudes que levam ao império da lei das selvas, onde se sabe, manda é quem tem o calibre mais grosso. Qual sera o futuro?

2 comentários:

Bruno disse...

Pior que fico pensando Alê,e não vejo condições de mudança a curto prazo nesse Brasil não...
pra mim infelizmente,sendo muito pessimista só pode piorar...


Abraço Alê!!

Marcella disse...

É Alê. Parece que o ser humano está mudando os seus valores e pior ainda, está mudando seu próprio valor. Quanto vale uma vida ? Tão pouco hoje em dia... Uma criança morre hoje e daqui a algum tempo ninguém se lembra mais... que horror ! Alguém ainda fala da Liane Friedenbach e de Felipe Caffé, jvem casal morto enquanto acampavam ? E as pessoas estão se acostumando com isso como se acostumaram a jogar o papel nas ruas, a pararem na faixa de pedestre, a fazer barulho depois das 10 da noite... lembro que antigamente nem se telefonava pra uma pessoa neste horário, era falta de educação... Muitas vezes tenho a impressão que o que importa hoje em dia é o "ter" e não o "ser" e acho isso muito perigoso e triste, á a inversão de valores... que pena...