sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

PERDEMOS A ESPERANÇA



Esta foi uma semana para ser esquecida, riscada do calendário se for possível pela tristeza dos acontecimentos. Deu-me uma sensação de impotência diante dos fatos que tiveram início na terça feira. A tentativa de suicídio de um individuo na linha 3-Vermelha do metrô aqui em São Paulo parou por alguns minutos o fluxo da maior região populacional da capital paulista. Quando pensávamos que era um caso isolado de alguém desesperado com sua vida pessoal, suas frustrações e medo, eis que dois dias depois acontece uma nova tentativa que resultou em morte. Mal conseguimos refletir sobre o episódio e algumas horas mais tarde outra pessoa procurou a morte do mesmo jeito, jogando-se na linha férrea do metrô – algo que faz qualquer ser humano com um pouco de fé em Deus parar para refletir o que levou essas pessoas a tal atitude. Mas a semana estava apenas na metade. Um pouso forçado nos Estados Unidos com mais de 130 passageiros e a queda de outro na Cordilheira venezuelana, vitimando 46 pessoas encerrava mais uma semana “negra”. Nesses dois casos cada governo adotou uma atitude: nos Estados Unidos rapidamente foi formada uma junta de investigação para apurar o que aconteceu com a aeronave da American Airlines e, do outro lado, as autoridades venezuelanas foram a público prestar condolências aos familiares e prometendo uma rápida apuração do acidente.E aqui no Brasil ? Aqui assistimos ao vivo, em julho passado, um air bus da TAM sendo consumidos pelas chamas com 187 passageiros a bordo, fazendo também 12 vítimas em terra. Nossas autoridades estavam com suas cabeças enfiadas ate os ombros em algum buraco como se fossem avestruzes. Nosso presidente rapidamente “adoeceu” e o responsável para representá-lo foi flagrado com um ar de riso e um “top-top” nas mãos pelas câmeras de TV que cobriam esse triste episódio de nossa aviação. Mais uma vez promessas foram feitas, as bundas nas cadeiras deram uma mexida, charuteiras foram demitidas e houve a interdição do recém reformado aeroporto de Congonhas. Reforma esta, aliás, que transformou o aeroporto cercado de casas por todos os lados em um free shop. Levou-se pelo menos cinco dias para que o líder da nação fizesse um pronunciamento. Somente depois – claro - dos assessores aprontarem o script da desculpa pelo assassinato coletivo que aconteceu na zona sul da capital paulista. Isso sem deixar de mencionar os pais de família, donas de casa, esposas, maridos, filhos que perderam a vida no acidente da Gol por pura falta de investimento no setor aeronáutico brasileiro. Estamos à beira do abismo e perdendo a fé de que tudo possa melhorar.












4 comentários:

Bruno Santos disse...

Meu caro, com relação aos suicidios, eu, como todo cristão, acho lamentável, contudo, é preciso respeitarmos a escolha das pessoas, não temos o direito de interferir na vida de ninguém para dizer o que ela tem que fazer, partindo do princípio que ela esteja em plena faculdade mental.
Agora, o que me chamou mais a atenção no seu post, foi, na minha opinião, um tiro no próprio pé que você deu. Veja: porque no Brasil acontece tais absurdos? Porque nós, a população, não cobramos atitudes com vêmencia, com rigor. Esquecemos tudo de uma hora para outra. E você abre o post evocando o esquecimento de tais coisas... Não, de modo algum devemos esquecer, por mais tristes que sejam. É necessário lembrar-las a cada dia e, mais do que lembrar, temos que cobrar e fazer algo mais pragmático, caso queiramos que algo mude.

Já tem algum tempo que mandei minha seleção pro Kiss.com da segunda edição, será que um dia vocês tocam? E, por favor, toque muito Scorpions na Kiss, meus ouvidos agradecem...

Abraço e fique à vontade:

www.filosofosdeteclado.blogspot.com

Bruno Santos disse...

Lamento muito esse acontecimento na sua vida e espero que já tenha o superado. Respondendo suas perguntas, bem, pra mim que nunca passei por uma situação como essa deve ser fácil falar, sei que nós só vemos o tamanho de sua dimensão quando passamos por ela, contudo, me parece que, claro, sentimos muito quando alguém querido parte, mas talvez boa parte da nossa dor possa ser justamente por não aceitar a decisão do suícida. Ninguém sabe ao certo o que se passa na cabeça deles, mas ainda penso que eles têm a liberdade de fazer essa escolha, e a nós e seus familiares cabe aceitar a decisão, respeitar a liberdade dele, e superar da forma menos dolorosa possível. Enfim, é só uma idéia e, como disse, não tenho muito conhecimento para falar sobre isso.

Com relação a minha programação, não achei seu e-mail para mandar-la. Caso possa tocar-la, ficarei muito agradecido.

Agora vou tomar uma ducha, já que tá chegando a hora do Deep Purple. Você vai?

Valeu pelo seu comentário, abraço e sucesso.

Bruno disse...

eu como tenho na família caso de suicídio,acjo que isso realmente não como empedir,po mais que situação financeira seja estavel e tal,as vezes o alcool(como nesse meu caso familiar),fez dessa pessoa um ser fraco,quie se afastou dos amigos e parentes que nada puderam fazer,por mais que tentassem ajudar,quanto ao suicídio lamentavelmete não a como evitar.
agora quanto aos aeroportos brasileiros,posso dizer que é um espelho do que é o Brasil,tudo é com jeitinho brasileiro,empurrando com a barriga feito nas coxas,ai quando a vaca-vai-pro-brejo,a culpa não é de ninguém...
o brasil tem um dos piores sistemas de aeroportos do mundo só fica na frente da china então da para ver como é grave o negócio.

abraço alexandre!!!!

elizabeth costa disse...

Oiee Alê
tudo bem?!
Então eu estava chegando ao metro quando houve a tentativa de suicidio e o transtorno que o transtorno mental desse moço causou.
Não quero saber o que houve na vida dele para ele desistir já que odeio suicidas por motivos meus mesmo...
Eu vi milhares de pessoas desejando a morte dele, pode ter sido da boca pra fora no calor (e põe calor nisso) do momento, vi muitas pessoas passarem mal ao ficarem mais de meia hora dentro de um meio de transporte precário e com pouca informação...
São nessas horas que sinto falta de esperança, que sinto que precisamos muito mais do que sentir pena e desistir, precisamos de mais de muito mais.